BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta quarta-feira, 19, a relevância da carta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez hoje aos evangélicos. Bolsonaro afirmou que os religiosos que apoiam o petista são apenas “dissidências” e disse que a maioria apoia a sua reeleição. “Quem assinou? Qual o perfil de quem assinou? Tem igrejas? Qual a densidade deles? Até no meio militar tem dissidências, a gente sabe que tem”, afirmou. A declaração foi feita no Palácio da Alvorada e ao lado do ex-candidatos a governador de Goiás Gustavo Medanha (Patriota) e Major Vitor Hugo (PL).
Lula leu o documento em um evento com representantes evangélicos. A carta faz um aceno aos religiosos e deixa aberta a porta para que eles participem do governo federal comandado por uma eventual nova gestão petista. De acordo com a mais pesquisa mais recente do Ipec, divulgada na segunda-feira, 17, Lula tem 32% das intenções de votos dos evangélicos e Bolsonaro tem 60%.
Os dois candidatos à presidência disputam a preferência do eleitorado com vinculação religiosa. A campanha dos dois tem explorado a religião nos programas eleitorais.
Relatório dos militares
O presidente também foi questionado sobre a fiscalização feita pelas Forças Armadas no processo eleitoral, mas evitou se estender no assunto. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou que o Ministério da Defesa fornecesse um relatório sobre o acompanhamento. Depois de declarar, no dia da apuração do primeiro turno que iria esperar a conclusão dos militares para se pronunciar sobre a segurança das urnas, o presidente mudou de tom. “As Forças Armadas não fazem auditoria”, disse o presidente, pouco antes de interromper a entrevista coletiva.
Diante da insistência de um jornalista sobre o tema lembrando que Bolsonaro havia falado que teria relatório, o presidente retrucou: “Está botando na minha boca agora?”
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