Bolsonaro muda postura e pouco interage com simpatizantes na hora de votar

Candidato costumava chegar cedo na votação e permanecer na entrada, cumprimentando eleitores; neste domingo, foi diferente

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RIO - Eleitor na 581ª Seção da 23ª Zona na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar, zona oeste do Rio, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), em dias de eleição, costumava chegar logo na votação, às 8 horas e permanecer na entrada, cumprimentando eleitores. Neste 7 de outubro, como candidato à presidência e primeiro colocado nas pesquisas, foi diferente. O candidato saltou do carro, escoltado por policiais federais, vestindo colete à prova de balas. Pouco interagiu com simpatizantes e, depois de 15 minutos, foi embora.

O candidato à Presidência da RepublicaJair Bolsonaro após votarna Escola Municipal Rosa da Fonseca, no bairro da Vila Militar, na zona norte do Rio de Janeiro, na manha deste domingo, 7 Foto: Wilton Junior/Estadão

"Ele sempre ficava aqui na frente, quietinho, mas respondia quando falavam com ele. Hoje vim pensando que ia vê-lo, mas não deu tempo. A zona também sempre foi tranquila, hoje está muito mais movimentada", comparou a aposentada Rosana Gouveia Itatty, de 57 anos, esposa de militar e eleitora de Bolsonaro. "Acho que ele representa a volta do conservadorismo, a valorização da família", disse a mulher, que estava acompanhada de seu filho, Cassio Itatty, de 37 anos, que disse trabalhar na área da segurança e usava uma bandeira do Brasil em volta do corpo. A todo momento, pessoas com bandeiras e camisas do Brasil entravam para votar no local. Foi o caso também do militar Alexandre Lima, de 50 anos. "Me identifico muito com o que ele prega. O Brasil precisa mudar. Acho que ele vai ajudar para o crescimento do País", disse. O militar Carlos Eduardo Gomes, de 40 anos, que também carregava uma bandeira do Brasil, levou a filha de 8 anos para votar com ele. "Quero que ela aprenda desde cedo a fazer as escolhas certas. Não idolatro Bolsonaro, mas acredito que ele é o melhor candidato", disse Gomes, apesar de estar com uma camisa preta estampada com o rosto do candidato. Já Andressa Villar, de 30 anos, mulher de um militar que mora na Vila, destacou que Bolsonaro tem mais "propostas de segurança", o que avaliou ser o que o Brasil mais precisa no momento. "Além disso, gosto da sua proposta de incentivar colégios militares, que são os melhores, principalmente pelos ensinamentos de moral e cívica, tão importantes para formar o caráter de nossos filhos", disse. A Escola Municipal Rosa da Fonseca estava preenchida, em seus corredores, com cartazes antibullying, que educavam os alunos a não criticarem as diferenças dos colegas. Em rápida passagem pelo corredor escoltado por policiais, Bolsonaro não chegou a ver a decoração. Ele estava acompanhado de seus filhos o vereador Carlos Bolsonaro e o candidato ao senado pelo Rio, Flávio Bolsonaro.

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