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Bolsonaro nega adulteração em cartão de vacina e diz que operação da PF é para ‘criar fato’

Ofensiva apreendeu telefone celular do ex-presidente; defesa de Bolsonaro vai se defender com a tese de interferência política por parte do governo Lula na Polícia Federal para justificar a operação

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

Brasília - Alvo da Operação Venire da Polícia Federal nesta manhã por suspeita de adulteração em seu cartão de vacina, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha feito qualquer fraude no documento ou que tenha se imunizado contra a covid-19, como consta no sistema do Ministério da Saúde. Na saída de sua casa em Brasília, onde a PF apreendeu seu telefone celular, Bolsonaro afirmou que a operação policial de hoje é para “criar um fato”.

“Fico surpreso com a busca e apreensão na casa do ex-presidente para criar um fato”, disse Bolsonaro, confirmando informação publicada mais cedo pelo Estadão/Broadcast de que a defesa do ex-presidente vai se defender com a tese de interferência política por parte do governo Lula na Polícia Federal para justificar a operação, que também prendeu dois auxiliares do ex-presidente, Mauro Cid e Max Guilherme.

Defesa de Bolsonaro vai se defender com a tese de interferência política por parte do governo Lula na Polícia Federal para justificar a operação Foto: Wilton Junior/Estadão

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De acordo com Bolsonaro, seu celular levado pelos policiais não tem senha porque ele não tem nada a esconder. “Nunca me foi pedido cartão de vacina, não existe adulteração da minha parte”, defendeu-se o ex-presidente. “Não tomei vacina porque li a bula da Pfizer, só isso e mais nada”, acrescentou.

Ele ressalta que sua filha Laura Bolsonaro também não tomou vacina, apesar de a PF ter identificado vacinação e agora investiga a possibilidade de fraude no documento. “Em momento nenhum falei que tomei a vacina, e não tomei”, seguiu, em linha com a campanha anti-vacina contra a covid-19 feita ao longo de seu governo. “Que bom se estivéssemos em um país democrático para discutir todos os assuntos. Tem assunto proibido no Brasil e um deles é vacina”, reclamou Bolsonaro.

A Controladoria-Geral da União já investigava suposta inserção de dados falsos no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro nos sistemas do Ministério da Saúde. O órgão chegou a derrubar o sigilo do documento, em razão de “interesse público geral e preponderante”, mas as informações só serão divulgadas após o encerramento da apuração sobre inserção de dados falsos.

A CGU chegou a solicitar dados ao Ministério da Saúde sobre “dia e hora em que foi registrada a aplicação da vacina ministrada no ex-presidente da República no dia 19/07/2021, na UBS Parque Peruche -SP, o responsável pela efetivação de tal registro e o nome da pessoa que aplicou o imunizante naquela oportunidade”.

Bolsonaro impôs sigilo de um século sobre o seu cartão de vacinação e alegou privacidade. Durante a pandemia, ele questionou a eficácia da vacina inúmeras vezes e desestimulou a vacinação da população.

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