Bolsonaro: ‘nós somos a maioria do País, a maioria do bem’

Presidente voltou a defender pautas de costumes; declaração foi feita durante a Marcha para Jesus, em São Paulo

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Foto do author Cícero Cotrim
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer neste sábado, 9, que o País enfrenta uma “luta do bem contra o mal”. Durante uma fala de cerca de dois minutos na concentração da Marcha para Jesus, no centro de São Paulo, o presidente defendeu pautas de costumes e afirmou que o Brasil não pode acabar como outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Colômbia, governados pela esquerda.

Presidente Jair Bolsonaro discursou durante a concentração da Marcha para Jesus em São Paulo. Foto: Carla Carniel/Reuters

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“Somos contra o aborto, somos contra a ideologia de gênero, somos contra a liberação das drogas, somos defensores da família brasileira. Nós somos a maioria do País, a maioria do bem, e, nessa guerra do bem contra o mal, o bem vencerá”, disse Bolsonaro a apoiadores.

O presidente disse ainda pedir a Deus que os brasileiros não experimentem o que chamou de “as dores do socialismo”. “Vejam como vivem os nossos irmãos na Venezuela. Como estamos indo a outros países, como Argentina, Chile e Colômbia. Nós não queremos isso para o nosso Brasil. O Brasil é uma potência em todos os aspectos, em especial no ser humano, que habita aqui”, disse.

Em um segundo momento, Bolsonaro pontuou divergências com adversários políticos em relação ao combate à pandemia. “Vocês viram quem fechou igrejas, quem obrigou vocês a ficarem em casa. Somos do bem, queremos a paz e sabemos quem são os que querem roubar nossa liberdade”, disse.

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O presidente foi à Marcha para Jesus acompanhado de aliados, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Os apoiadores, vestidos de verde e amarelo e carregando bandeiras do Brasil, se aglomeraram em torno do mandatário para tirar fotos. Um deles levantava um cartaz com os dizeres “carta branca para Bolsonaro.”

A marcha partiu da estação da Luz, no centro da capital paulista, para a praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, na zona norte da cidade.

Apesar de não ter qualquer cargo oficial, o ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato bolsonarista ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) também falou durante o evento e chamou o povo a “profetizar” a palavra de Deus. Ele foi anunciado no evento como “ministro”.

O presidente tem usado as marchas para Jesus pelo Brasil para reforçar seu nome para o pleito, sempre focando em uma pauta de costumes. Depois de São Paulo, o presidente parte para Uberlândia, em Minas Gerais, para participar também da marcha na cidade mineira.

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Bolsonaro também esteve com Tarcísio de Freitas em uma pizzaria na capital paulista na noite de sexta-feira, 8. Na ocasião, encontraram com apoiadores.

Bolsonaro busca conquistar eleitorado paulista

Em São Paulo, tanto o presidente quanto seu pré-candidato ao governo ocupam a segunda posição nas pesquisas eleitorais. Segundo o último levantamento Genial/Quaest, divulgado na quinta-feira, 7, Bolsonaro tem 32% das intenções de voto, quatro pontos a mais do que no levantamento anterior, em maio. O pré-candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva registra 35%. A diferença é menor do que no cenário nacional, em que Lula tem 45% e Bolsonaro 31%.

As ações do presidente na capital paulista buscam reduzir ainda mais essa diferença e também favorecer a pré-candidatura de Tarcísio de Freitas ao Palácio dos Bandeirantes. Atualmente, o ex-ministro bolsonarista aparece com 14% das intenções de voto, consideravelmente atrás do pré-candidato de Lula, Fernando Haddad (PT), que registra 35%.

O mesmo levantamento Genial/Quaest, no entanto, mostrou que a preferência do eleitor por um candidato ligado a Bolsonaro aumentou. Ainda que Tarcísio apareça com apenas 14% das intenções, 27% dos entrevistados disseram preferir que o próximo governo seja “mais ligado” ao presidente; em março, eram 22%.

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Bolsonaro perdeu recentemente seu palanque na candidatura ao Senado de São Paulo, quando o apresentador José Luiz Datena anunciou sua desistência da disputa no final de junho. Hoje, quem lidera as pesquisas para o Senado é o ex-governador Márcio França (PSB), que apoia as candidaturas de Lula e Haddad. /COLABOROU RUBENS ANATER