Bolsonaro passará por nova cirurgia no intestino quando voltar ao Brasil, diz médico

Ex-presidente telefonou para cirurgião no Brasil solicitando nova operação por estar incomodado com obstruções; ele não informou ao especialista quando voltará para o País

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Atualização:

Após sofrer uma obstrução intestinal nos Estados Unidos no início de janeiro, Jair Bolsonaro deverá passar por nova cirurgia no intestino quando voltar ao Brasil. O ex-presidente telefonou nesta semana para seu cirurgião, Antonio Macedo, manifestando interesse na operação por causa dos recorrentes quadros de obstrução. O médico disse ao Estadão que Bolsonaro não informou a data prevista de retorno, mas que estará disponível assim que ele voltar para fazer o procedimento.

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“Nos Estados Unidos, ele teve uma obstrução na mesma parte do intestino que teve no ano passado. Eles fizeram o tratamento lá, mas não quiseram operar porque é um abdome que já foi operado mais de cinco vezes. Eles preferiram deixar para a equipe brasileira fazer a cirurgia”, disse Macedo à reportagem. A decisão sobre a nova operação foi divulgada originalmente pelo jornal Folha de S. Paulo.

O médico informou que conversou com a equipe americana durante o período de internação de Bolsonaro. De acordo com Macedo, os especialistas estrangeiros suspenderam a alimentação via oral do ex-presidente até que a obstrução fosse sanada. Agora, diz o médico, o ex-presidente está bem e se alimentando, mas essa porção do intestino tem maior sensibilidade para novas obstruções, por isso a decisão de operar.

“Será uma cirurgia quase que preventiva. Ele me perguntou se seria possível fazer essa cirurgia para tratar porque é algo muito delicado e perigoso. Ele está incomodado”, afirmou o médico.

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Macedo explicou que essa porção do intestino não está obstruída no momento, mas que tem maior facilidade de obstrução por estar “meio torcida”. “Qualquer alimento que ele não mastigue direito ou que seja de difícil digestão já pode causar essa obstrução”, disse.

Presidente em 27 de janeiro de 2019, ao dar entrada no Hospital Albert Einstein para se submeter à cirurgia de retirada de bolsa de colostomia. Foto: Twitter/Jair Bolsonaro

O cirurgião afirmou ainda que, como não há um quadro de obstrução no momento, essa não é uma cirurgia que deva ser feita com urgência. “Não dei nenhuma recomendação de data limite para a realização porque agora ele está bem. Mas já há autorização do hospital e estou à disposição para fazer quando ele voltar.” A cirurgia será realizada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

Macedo contou ainda que, mesmo que não seja uma cirurgia de emergência, o procedimento será delicado. “Mexer no abdome dele é difícil pela quantidade de cirurgias já feitas, o intestino fica grudado. Tem de ir com muito cuidado para não estragar o intestino, ir soltando em décimos de milímetros”, detalhou o cirurgião.

Bolsonaro passou por cinco cirurgias abdominais desde que foi esfaqueado durante a campanha eleitoral de 2018. A última internação do ex-presidente, que não exigiu uma cirurgia, ocorreu em Orlando no dia 9 de janeiro, um dia depois das invasões golpistas às sedes dos três Poderes, em Brasília. O ex-presidente viajou para os Estados no dia 30 de dezembro e não participou da cerimônia de transmissão do cargo para o presidente Lula.

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Como mostrou o Estadão, em novembro o então chefe do Executivo teve ainda diagnosticada uma nova hérnia na região abdominal.

Segundo o presidente do PL (partido ao qual o ex-presidente é filiado), Valdemar Costa Neto, Bolsonaro deve retornar ao Brasil até o fim deste mês. Não há confirmação formal dessa data, entretanto. O prazo de visto oficial do ex-mandatário expira na próxima segunda-feira.

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