O presidente Jair Bolsonaro pediu ajuda ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para vencer as eleições de outubro no Brasil, segundo reportagem publicada no último sábado, 11, pelo serviço de notícias americano Bloomberg.
De acordo com a publicação, Bolsonaro retratou seu principal adversário nas urnas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como um “risco para os interesses americanos”.
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Biden falava sobre a importância de preservar a integridade do processo eleitoral brasileiro e se apressou para mudar de assunto quando o chefe do Planalto citou o petista e pediu ajuda. A declaração, diz o serviço de notícias, ocorreu em um encontro privado entre ambos os presidentes durante a Cúpula das Américas.
A Bloomberg atribuiu a informação a fontes anônimas “familiarizadas com o tema”. O Estadão procurou a Presidência, que ainda não se manifestou sobre o episódio.
A reportagem causou reação entre políticos brasileiros. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que integra a campanha de Lula, opinou nas redes que o suposto pedido de ajuda deveria configurar crime.
“Em qualquer lugar do mundo, pedir a intervenção de uma nação estrangeira em assuntos internos é crime de alta traição à pátria”, publicou.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, concordou com o parlamentar e disse que o episódio é “caso de impeachment”.
“É humilhante para o Brasil ter um presidente que pede ajuda aos EUA para ganhar eleições. Pediu um golpe! Despreza a soberania popular. Tem razão, Randolfe, é caso de impeachment”, escreveu.
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