A entrada dos ministros Tarcísio de Freitas e Damares Alves no Republicanos reaproxima o presidente Jair Bolsonaro do partido, que vinha se afastando do chefe do Executivo. Ligada à Igreja Universal, a legenda, que chegou a avaliar a possibilidade de anunciar neutralidade nas eleições de outubro, agora tem como quadros dois pré-candidatos do palanque bolsonarista - Tarcísio para o governo de São Paulo, Damares ainda sem cargo e Estado definidos, mas possivelmente para o Senado.
O motivo para o afastamento era uma orientação do Planalto para que ministros e parlamentares escolhessem o PL, partido do presidente Bolsonaro, para filiação. Em entrevista ao Estadão, o líder do Republicanos na Câmara, Vinícius Carvalho (SP), expressou insatisfação com a falta de espaço no governo. Segundo ele, faltava “reconhecimento” e “respeito” por parte do Executivo.
De fato, Tarcísio conversava com o PL e dava como provável a filiação ao partido. O cenário foi reavaliado graças à interpretação de que o Republicanos poderia dar sustentação à campanha de Bolsonaro pela reeleição. Já Damares hesitava em aceitar o convite de ser lançada ao Senado, mas foi convencida pelo presidente e também deve ir para a legenda.
A sigla também recebeu a filiação do vice-presidente Hamilton Mourão, que saiu do PRTB. Embora não vá ser companheiro de chapa de Bolsonaro novamente, o general espera ter o apoio do presidente no Rio Grande do Sul.
Um dos principais trunfos do Republicanos para a campanha de Bolsonaro é a aproximação com a Igreja Universal, do bispo Edir Macedo. Diversos integrantes da igreja são filiados ao partido. O eleitorado evangélico é caro ao chefe do Executivo e pode ser definidor para sua reeleição. A Universal, além de ter um vasto número de fiéis no País, também tem influência midiática por meio de seus canais de comunicação próprios, como o jornal Folha Universal.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.