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Boulos acena para Tarcísio e diz que, se eleito, vai chamá-lo para construir soluções na segurança

Candidato à Prefeitura de São Paulo, deputado federal defende integração entre Poderes para solucionar Cracolândia

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Foto do author Zeca  Ferreira
Atualização:

Candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) disse nesta quarta-feira, 7, que, caso seja eleito, uma de suas primeiras ações será chamar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para conversar sobre ações conjuntas para a segurança pública, em especial para a Cracolândia, no centro da capital. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio é um dos principiais apoiadores do projeto de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Nas últimas pesquisas eleitorais, Boulos e Nunes têm aparecido empatados em primeiro lugar.

“Ganhando as eleições uma das primeiras coisas que vou fazer é chamar o governador Tarcísio, chamar o ministro da Justiça [e chamar] o presidente Lula para construir soluções de segurança conjuntas para a cidade de São Paulo. Porque não tem caminho sem integração”, disse Boulos em entrevista ao podcast O Assunto, do portal G1. Ele citou como exemplo a Cracolândia, onde se formou um “ecossistema criminoso” liderado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Guilherme Boulos, candidato pelo PSOL a prefeito de São Paulo nas eleições municipais 2024, lança programa de governo na Barra Funda, zona oeste  Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Na semana passada, Boulos apresentou seu programa de governo com 119 propostas para São Paulo. Na ocasião, o candidato do PSOL afirmou que suas metas são factíveis do ponto de vista orçamentário e que buscam reduzir as desigualdades na capital paulista. Porém, ele não detalhou quais serão as fontes de financiamento para implementação de suas ideias, como, por exemplo, dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), hoje com 7 mil agentes.

Durante a entrevista ao G1, o candidato do PSOL reiterou as propostas de seu plano de governo. Na área da segurança, ele promete intensificar o programa Guardiã Maria da Penha, voltado ao combate à violência contra a mulher, além de colocar uma viatura da GCM na porta de cada escola municipal durante a entrada e saída dos alunos. Boulos também propõe criar uma força-tarefa de enfrentamento à receptação de celulares roubados.

“Existe espaço fiscal para todas as propostas”, disse após ser questionado sobre a origem dos recursos. “Hoje você tem um gasto sendo muito mal feito. Foram R$ 6 bilhões praticamente queimados em obras sem licitação e sem planejamento. Se você melhora a qualidade do gasto público, você consegue perfeitamente fazer um conjunto de novos investimentos caber no Orçamento da cidade”, completou.

Embora seja atribuição constitucional do governo do Estado, a questão da segurança pública tem ganhado relevância entre candidatos ao Executivo municipal neste ano. Pesquisas de opinião apontam que o tema é a principal preocupação do eleitor paulistano, seguido por saúde, educação e transporte público.

Tarifa zero

Na sabatina, o deputado federal disse que pretende ampliar a tarifa zero nos ônibus municipais. A proposta está presente em seu programa de governo. De acordo com Boulos, o primeiro passo para ampliar o benefício é acabar com o período de transição do modelo de repasse de subsídios para as empresas de ônibus. Segundo ele, as empresas estão recebendo por passageiro quando, na verdade, o critério de repasse deveria ser quilômetro rodado.

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“O primeiro passo para a gente discutir a tarifa zero é passar a limpo esses contratos, acabar com essa fase de transição. Passando a limpo, tenho muita segurança que vamos conseguir fazer uma ampliação da tarifa zero, começando, que é minha proposta, nas linhas locais, que rodam nos bairros”, afirmou.

Candidato diz que Venezuela não “modelo de democracia” dele

Indagado sobre o processo eleitoral na Venezuela, Boulos se recusou a classificar o regime de Nicolás Maduro como uma ditadura. O deputado federal ainda afirmou que o país latino-americano fica a mais de 4 mil quilômetros da capital paulista e que, como candidato a prefeito da cidade, existem outras questões que mereçam sua atenção, como o desenvolvimento de uma política pública para prevenção de enchentes.

O candidato do PSOL, no entanto, ponderou que, para ele, a democracia “é um princípio inegociável”. “A Venezuela não é o meu modelo de democracia. Não é o meu modelo de democracia, se ficar comprovado e aí é preciso esse processo de transparência que nós estamos propondo e cobrando, se ficar comprovado que houve fraude nas eleições, se isso de fato se comprovar, e o governo que exercitou fraude permanecer no governo, aí você não vai ter mais lá uma democracia”, disse.

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