Boulos diz esperar que Pablo Marçal ‘não venda a candidatura para Nunes’; veja vídeo

Pré-candidatos trocam acusações durante sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados

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Foto do author Levy Teles

BRASÍLIA — Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) se encontraram no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e trocaram insultos durante a sessão. Boulos chamou seu adversário de “coach picareta” e disse esperar que ele “não venda a candidatura” para o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição.

A discussão aconteceu em razão do julgamento no colegiado do deputado federal André Janones (Avante-MG) pela prática de “rachadinha”, quando partes dos salários de funcionários do gabinete são repassadas ao parlamentar. Boulos foi o relator e recomendou o arquivamento, referendado pelos colegas parlamentares por 12 a 5.

“Trouxeram até coach picareta para vir tentar tumultuar essa sessão. Espero muito que não venda sua candidatura para o prefeito Ricardo Nunes. Vá até o fim, que eu quero te enfrentar nos debates”, disse Boulos. “Tá com medo”, gritou Marçal rindo e com o celular em mãos, enquanto fazia uma transmissão ao vivo.

Guilherme Boulos foi o relator do caso Janones no Conselho de Ética e decidiu pelo arquivamento, que foi endossado por demais parlamentares do colegiado. Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

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O pré-candidato do PRTB chegou cedo ao Conselho de Ética e sentou-se nas cadeiras reservadas para deputados federais e assessores parlamentares, ainda que ele não seja nenhum dos dois. Como mostrou o Estadão, Marçal esteve na Câmara nesta terça-feira usando o broche exclusivo aos parlamentares mesmo sem ter mandato.

Nas redes sociais, Marçal fez uma transmissão ao vivo para atacar Boulos. “Estou dentro do Conselho de Ética. Boulos está falando agora. Ele está institucionalizando a ‘rachadinha’”, disse Marçal em live publicada no seu Instagram. “Ele quer, com fábula, livrar Janones.”

Essa fala foi reverberada por colegas parlamentares durante a sessão. “No começo, ouvindo as falas de bolsonaristas aqui fiquei na dúvida sera hipocrisia ou problema cognitivo”, rebateu Boulos, justificando a posição. “Não estamos discutindo o mérito de rachadinha. Essa discussão é que a justiça fará e vai fazer.”