BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, exonerou o assessor especial Felipe Cruz Pedri, um dos nomes da chamada ideológica do governo de Jair Bolsonaro. A saída de Pedri, que estava na equipe da pasta desde o início do gestão, foi publicada na edição desta quarta-feira, 15, do Diário Oficial da União.
Fiel à cartilha do escritor e guru bolsonarista Olavo de Carvalho, Felipe Pedri é um dos autores do manifesto de fundação do Aliança pelo Brasil, partido lançado em novembro passado por Bolsonaro. Em sete páginas, o documento repete o mantra olavista de combate ao "globalismo", repudia o aborto sob todas as suas formas e defende o resgate aos "patriotas do passado, do presente e do futuro, unidos por um vínculo moral e de lealdade à pátria".
Pedri chegou ao Palácio do Planalto pelas mãos do então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O ex-assessor costuma criar polêmicas nas redes sociais, mirando a "agenda esquerdista", debates de gênero e as Organizações das Nações Unidas (ONU), vista por ele como uma das grandes disseminadoras do "globalismo".
Recentemente, atacou governadores e prefeitos pelas medidas de isolamento social adotadas no combate à propagação do novo coronavírus no País. Em postagens no Twitter, costuma se referir à doença como "vírus chinês" e, a exemplo do presidente, minimiza a doença que já matou quase 2 milhões de pessoas no mundo como "gripe".
"Vamos ter a coragem de dizer que combater a histeria do caos é mais importante que combater o vírus chinês? Ou você quer parecer bonitinho na mídia social para a amiga(o) que fez de uma gripe a sua nova bandeira política-humanitária?", postou Pedri no Twitter no mês passado.
Braga Netto coordena o comitê de crise montado pelo Palácio do Planalto para organizar o combate à doença no País.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.