Após o diretório regional do PROS anunciar que Cabo Daciolo será o pré-candidato do partido ao governo do Rio de Janeiro, a Executiva Nacional do partido contestou a legitimidade da escolha do candidato e lamentando o ocorrido.
O ex-deputado federal, candidato derrotado à Presidência em 2018 pelo Patriota, quando se tornou mais conhecido, se encontrou com lideranças estaduais da sigla nesta segunda-feira, 14, para firmar sua entrada na disputa. De acordo com o diretório do Rio de Janeiro, o lançamento da pré-candidatura deveria ocorrer em 30 de março, dia de seu aniversário.
A Executiva Nacional, no entanto, divulgou uma nota contrária à decisão e questionando a legitimidade da escolha.
"O PROS Nacional lamenta o ocorrido, reprova o uso indevido do nome e da imagem do Cabo Daciolo, ex-candidato à presidente da República, informa que a iniciativa foi adotada sem consulta ao PROS Nacional, tendo os supostos membros do PROS/RJ promovido o anúncio sem possuírem qualquer legitimidade, e o fizeram em total descumprimento às Resoluções nºs 001/2022 e 002/2022, respectivamente, de 09 e 10 de março de 2022, expedida pela Comissão Executiva Nacional, nos termos do art. 38, inciso I, do Estatuto Partidário", diz a nota assinada por Marcus Holanda, presidente nacional da sigla.
"A Resolução nº 001/2022, estabeleceu que 'Nenhum Diretório ou Comissão Regional poderá deliberar sobre escolha de candidatos às Eleições de 2022, sem prévia consulta à Comissão Executiva Nacional'", afirma outro trecho da nota.
No último dia 8, Marcus Holanda assumiu a presidência da sigla, após decisão judicial da 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Ele pretende apoiar o atual governador Cláudio Castro (PL), que tentará a reeleição. De acordo com a assessoria do PROS, o grupo ligado ao ex-presidente, Euripedes Júnior, mantém o controle das redes sociais do partido.
"Infelizmente a Executiva Nacional não está pensando no crescimento do partido e está atendendo ao pedido do Governador. Mas a decisão do Diretório Regional é legítima e iremos mantê-la buscando na justiça. O Órgão Nacional ganhou uma ação em segunda instância e ainda que hoje esteja a frente das decisões partidárias nacionais é uma gestão Sub Júdice, diferente do Diretório regional que é órgão definitivo eleito", defendeu o vereador e presidente estadual do PROS Jimmy Pereira.
Na figura de pré-candidato ao governo, Daciolo ainda não definiu qual será seu palanque em outubro. Segundo sua assessoria, o fato de ele ter “verbalizado” voto em Ciro não significa necessariamente que haverá apoio formal ao projeto do PDT, e isso será acertado com o PROS.
Na campanha de 2018, Daciolo protagonizou momentos marcantes por suas declarações sobre religião - ele é pastor evangélico. Um desses momentos foi com o próprio Ciro Gomes, a quem ele questionou durante um debate sobre uma suposta ordem mundial chamada Ursal, cujo objetivo seria submeter a América Latina ao comunismo.
Eurípides Júnior foi procurado pela reportagem, mas até a última atualização não se manifestou.