Curitiba – A Câmara Municipal de Curitiba aprovou, em segunda votação, a cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT) por quebra de decoro parlamentar. Foram 25 votos favoráveis e 5 contrários. A Casa já havia aprovado, na terça-feira, 21, a perda do mandato do parlamentar em primeira votação.
O parlamentar virou alvo de um processo administrativo após participar de uma manifestação, em fevereiro, que repudiava o assassinato do congolês Moïse Kabagambe. Freitas era acusado de perturbar a prática de culto religioso e liderar um grupo de manifestantes que teriam entrado sem autorização na Igreja do Rosário, em Curitiba, após uma missa, no início de fevereiro. Na ocasião, Freitas disse que o ato foi pacífico: “Não atrapalhamos nenhuma missa”, afirmou.
Segundo o advogado Guilherme Gonçalves, que defende Freitas, houve uma série de irregularidades no processo que resultou na cassação. “Vamos impetrar um mandado de segurança pela anulação da sessão”, afirmou.
O vereador Renato Freitas (PT) também acredita que a Justiça irá comprovar as ilegalidades. Em nota, ele afirma sua cassação é resultado de um “processo que é viciado”, alegou. “Reafirmo minha confiança no sistema judiciário que certamente reconhecerá a flagrante ilegalidade desse processo que é viciado pela perseguição política e pelo racismo”, comentou.
A ação de Renato, porém, não teve apoio integral do principal líder do seu partido. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) chegou a criticá-lo durante uma entrevista à Rádio Banda B, de Curitiba, em fevereiro deste ano. Na época, sugeriu um pedido de desculpas por parte do vereador. “E se ele está errado, ele precisa humildemente entender que a palavra desculpa não é uma palavra que diminui a pessoa”, disse Lula.
Confira outras reportagens sobre o caso:
Símbolo da luta antirracista, igreja de Curitiba é palco de protesto pela morte de Moïse e arquidiocese diz que houve ‘profanação injuriosa’
Arquidiocese de Curitiba lança documento contra cassação de vereador petista investigado por invasão de igreja
Vereador petista que invadiu igreja em Curitiba tem pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.