Ao som de uma versão do Hino Nacional executada com pandeiro e berimbau, a Câmara lançou nesta terça-feira, 5, a Frente Parlamentar em Defesa do Profissional da Dança. A solenidade ganhou ares de descontração durante a execução da música considerada símbolo da Pátria. Integrantes da Mesa de palestrantes e da plateia ensaiaram alguns passos de dança embalados pelo hino.
O clima de descontração durante o hino contrasta com as regras rígidas previstas para a execução da música em solenidades oficiais. A lei que trata do assunto foi editada durante a ditadura militar, em 1971.
O artigo 30 da lei nº5.700 diz que “as cerimônias de hasteamento ou arreamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, os civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações”. Além disso, o parágrafo único deste artigo menciona que é vedada qualquer outra forma de saudação.
Solenidades em Brasília já foram palco de versões que fogem ao ritmo de marcha militar. Na posse do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, por exemplo, quem cantou à capela foi Maria Bethânia.
Na Câmara, a audiência foi presidida pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), idealizador da frente parlamentar. Entre os presentes, a mais animada foi a professora adjunta de Universidade Federal da Bahia (UFBA) Dulce Tamara Lamego Silva e Aquino, que é graduada em dança. “Esta frente parlamentar é a mais importante vitória da luta dos profissionais de dança que vem se organizando desde a segunda do século passado”, diz a professora Aquino em seu discurso.
Com o apoio de mais de 200 parlamentares, a Frente Parlamentar em Defesa do Profissional da Dança pretende estimular iniciativas dos poderes Legislativo e Executivo para promoção de melhorias na qualidade de vida nas relações de trabalho dos profissionais da dança.
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