BRASÍLIA - A dois dias do segundo turno das eleições, as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro fecharam um acordo desistindo dos pedidos de direitos de resposta por ataques sofridos na propaganda eleitoral de televisão. A trégua foi homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite desta sexta-feira, 28.
“Imbuídas do espírito republicano e visando uma maior cooperação judicial, as partes reforçam seu compromisso com o princípio democrático e com a lisura do pleito de 2022 a partir da presente petição, que serve de pedido de desistência com relação a todos os processos de direito de resposta referentes às propagandas eleitorais gratuitas veiculadas em televisão”, diz o texto do acordo
O acordo vale para direitos de respostas que seriam veiculados a partir do sábado, 29. O texto destaca que ainda está prevista a veiculação da resposta da Coligação Pelo Bem do Brasil, do Bolsonaro, a Lula. Na tarde desta sexta, o TSE suspendeu um direito de Bolsonaro rebater a campanha de Lula por descontextualizar uma fala sua sobre querer “todo mundo armado”. O PT associou a declaração ao aumento de acidentes domésticos com armas de fogo.
Os direitos de resposta se tornaram um dos principais campos de embate entre as campanhas de Lula e Bolsonaro. No último sábado, os ministros do TSE concederam direito de resposta a Lula em 116 inserções da campanha de Bolsonaro. A decisão deflagrou uma crise entre o tribunal e o presidente. Os apoiadores do atual governo acusaram a Corte de censura e tentativa de prejudicar o candidato à reeleição.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.