Candidato a prefeito de São Paulo, Datena diz que seu objetivo principal é ser senador

Apresentador quer empoderamento da Guarda Civil Metropolitana para enfrentar o crime organizado

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Foto do author Pedro Augusto Figueiredo

O apresentador José Luiz Datena (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, afirmou nesta terça-feira, 6, que seu principal objetivo é ser senador, cargo que estará em disputa em 2026. Além disso, ele defendeu nesta terça-feira, 6, que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) receba poder de polícia para combater o crime organizado ao lado das polícias Militar e Civil. Ele também prometeu aumentar os salários pagos aos guardas e melhorar a infraestrutura de trabalho, mas sem se aprofundar em detalhes e custos das ações. As declarações foram feitas em entrevista ao podcast O Assunto, do portal G1.

O tucano voltou a negar ter traído Tabata Amaral (PSB), disse que queria ser vice dela, mas que mudou de ideia quando a deputada articulou sua ida para o PSDB. Na segunda-feira, Tabata deixou implícito que se considera traída pelo jornalista.

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“Naquele momento eu não queria ser prefeito [quando ainda estava no PSB]. Ainda hoje meu objetivo principal é ser senador. É o que eu sempre pensei: queria começar como senador, mas no meio do caminho a Tabata queria mais minutos de [propaganda eleitoral na] televisão”, afirmou.

A visão de Datena sobre os guardas municipais vai ao encontro das entidades que representam a categoria. Essas corporações querem que o Congresso Nacional aprove a transformação das guardas civis em polícias municipais.

José Luiz Datena é candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, mas tem olhos para 2026 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Como mostrou o Estadão na série “Polícia das cidades”, prefeitos têm equipado as instituições com veículos blindados e fuzis, distorcendo a legislação que determina que a missão desses órgãos é atuar na prevenção e preservação do patrimônio público e não na repressão de crimes.

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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), porém, permitiu que as guardas civis realizem abordagens que não estão diretamente relacionadas à preservação do patrimônio municipal. A decisão ocorreu em um caso que discutia uma prisão por roubo efetuada por um guarda.

“A GCM tem que ser armada com os mesmos equipamentos e exercer poder de polícia que as outras policiais exercem, porque o inimigo comum é um só: o crime organizado. A nossa guarda vai ser super bem armada e ter poder de polícia”, disse Datena.

Uma operação deflagrada nesta terça prendeu guardas municipais suspeitos de participar ao lado de policiais de uma milícia formada para achacar e extorquir comerciantes no centro de São Paulo. Datena expressou preocupação que agentes das forças de segurança que se tornam milicianos vazem operações policiais para facções criminosas.

A entrevista foi realizada pela jornalista Natuza Nery que após ter sucessivas perguntas e colocações interrompidas por Datena explicou ao apresentador o conceito de manterrupting, quando um homem interrompe mulheres e não as deixa concluir suas falas.

Datena negou que estivesse interrompendo a entrevistadora e disse que os problemas de São Paulo são complexos e merecem respostas aprofundadas. Ele, contudo, se retratou na reta final da entrevista. “Em que pese eu ter começado mal, eu me desculpo com você se eu lhe passei essa má impressão”, afirmou.

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