Candidatos a substituir Bolsonaro em 2026 evitam defesa enfática do ex-presidente após indiciamento

Romeu Zema e Ratinho Júnior não se manifestaram, enquanto Ronaldo Caiado diz esperar fim das investigações; Tarcísio de Freitas é o único a sair em defesa do aliado

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Foto do author Rayanderson Guerra

RIO – Potenciais sucessores do espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro(PL), os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União) e Ratinho Júnior (PSD) adotaram posições distintas após o ex-chefe do Executivo ser indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O governador de São Paulo foi o único a sair em defesa do aliado até o momento, enquanto os demais se calaram ou adotaram um tom de cautela, como Caiado.

Tarcísio evitou fazer ataques à PF e ao Supremo Tribunal Federal (STF) como outros bolsonaristas, mas saiu em defesa de Bolsonaro em uma publicação no X (antigo Twitter), argumentando que ele teria respeitado o resultado das urnas. Tarcísio ainda defendeu que a investigação mostre “a verdade dos fatos”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante as eleições deste ano Foto: Werther Santana/Estadão

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“Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos”, afirmou o governador de São Paulo.

Já Caiado não se manifestou via redes sociais, mas disse ao jornal O Globo que “aguarda o final do julgamento”. Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema, e do Paraná, Ratinho Júnior, não se manifestaram. Eles se reuniram nesta quinta-feira, 21, dia em Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas, na 12ª reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), em Florianópolis, capital de Santa Catarina.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o então presidente Jair Bolsonaro em 2019 Foto: Isac Nóbrega/PR

Apesar de inelegível e próximo de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na suposta tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro mantém a narrativa de que não há nomes à direita, senão o dele, para a disputa à Presidência da República de 2026. “Só depois que eu estiver morto. Antes de eu morto, politicamente não tem nome”, disse Bolsonaro em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo no início deste mês. Para o ex-presidente, a direita “não tem dono”, mas sim “um líder”, posto ocupado por ele de forma “incontestável”.

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Após ser indiciado pela PF, Bolsonaro disse nesta quinta-feira, que não pode “esperar nada de uma equipe que usa criatividade” para denunciá-lo e atacou o ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro compartilhou no X a entrevista concedida por ele ao colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, logo após a confirmação do indiciamento. “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa”, disse, sobre o relator do inquérito que apura o envolvimento de Bolsonaro na trama golpista. Segundo ele, o ministro “faz tudo o que não diz a lei”.

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