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Carlos Bolsonaro, que reclama do pai, já demitiu ministros; veja as crises em que ele se meteu

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro postou comentário reclamando da falta de atenção do pai com sua neta e já criticou abertamente ministros do governo bolsonarista

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Foto do author Levy Teles
Atualização:

BRASÍLIA — Quando Jair Bolsonaro estava na presidência da República, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) protagonizou múltiplos incidentes de fogo amigo. O último caso ocorreu neste sábado, 6. O vereador reclamou que o pai posou com a filha do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e não com a filha dele.

As ofensivas de Carlos contra seus aliados políticos do pai causaram a demissão de ministros. Ele também já fez críticas ao próprio partido pelo qual é filiado e a integrantes da sigla.

O presidente eleito Jair Bolsonaro acompanhado da esposa e do filho Carlos Bolsonaro chega ao Congresso Nacional para a solenidade de posse no automovel Rolls-Royce. FOTO Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil 

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Durante o governo, o vereador do Rio era conhecido por planejar a estratégia de comunicação de Bolsonaro. Ele defendia que o ex-presidente deveria partir para o enfrentamento, em oposição ao que pensava o filho “01″, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de estilo mais conciliador. Carlos também ficou conhecido por administrar as redes sociais de Bolsonaro.

Relembre alguns episódios protagonizados pelo filho “02″ de Bolsonaro:

Filho de Bolsonaro quebra protocolo e desfila com o pai no Rolls-Royce

Carlos Bolsonaro participou de cerimônia de posse do presidente e desfilou sentado no banco de trás do Rolls-Royce presidencial, ao lado de Michelle Bolsonaro, como se fizesse a “segurança” do pai.

Meses antes, Jair Bolsonaro foi alvo de um esfaqueamento feito por Adélio Bispo durante comício em Juiz de Fora (MG).

‘Fui demitido pelo Carlos Bolsonaro’, disse Bebianno após exoneração

Demitido com poucos dias de governo, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse que Carlos “inflamou a cabeça do pai” e foi o responsável por sua demissão do governo. “Eu fui demitido pelo Carlos Bolsonaro”, afirmou.

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O ex-ministro ainda acrescentou ter certeza de que Bolsonaro decidiu pela demissão “com uma dose grande de sofrimento”. “Eu sempre vi nos olhos dele um grande carinho por mim”, contou.

A relação de Bebianno e Carlos era conflituosa desde a pré-campanha eleitoral. “Carlos tem ciúmes do pai, mas não resolvia nada na campanha. Tudo sobrava pra mim. Eu era faz-tudo do capitão, que me chamava de para-raio”, disse Bebianno, em entrevista ao Estadão realizada em março de 2020, quatro dias antes de morrer.

Governo demitiu Santos Cruz, alvo de ataques de Carlos Bolsonaro

Em junho de 2019, o governo demitiu o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, primeiro ministro militar a cair. Ele era alvo de ataques de Carlos Bolsonaro.

Carlos Bolsonaro fez várias críticas à comunicação do governo e pressionava pela retirada de Santos Cruz. A própria comunicação continuou a ser criticada pelo vereador.

Seis meses depois, o próprio Carlos disse que a comunicação do governo era uma “bela de uma porcaria”.

Porta-voz de Bolsonaro foi demitido após isolamento e críticas de Carlos Bolsonaro

Isolado há meses, o general Otávio Rêgo Barros foi desligado da Presidência da República pelo governo Bolsonaro, em agosto de 2020. Ele estava vinculado ao Ministério da Secretaria de Governo e possuía uma equipe formada por cinco servidores.

No ano passado, o porta-voz passou a ser alvo de críticas de Carlos por organizar cafés da manhã com jornalistas periodicamente. Na visão do filho do ex-presidente, os encontros serviam para prejudicar o pai.

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Carlos Bolsonaro criticou Mourão, vice de Bolsonaro: ‘Sempre disse que era um bosta’

Coube ao ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) fazer o último discurso da gestão Bolsonaro, já que o ex-presidente foi para os Estados Unidos nos últimos dias de 2022. Carlos Bolsonaro não gostou nem um pouco discurso conciliador que Mourão adotou.

“Nenhuma novidade vinda desse que sempre disse que era um Bosta!”, escreveu Carlos na rede social duas horas depois do discurso.

Na fala de aproximadamente cinco minutos de duração, Mourão pediu que bolsonaristas lutem “pela preservação da democracia” e que voltem “à normalidade” e, sem mencionar nomes, destacou o “silêncio” de “lideranças”, que afetou a imagem das Forças Armadas.

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