Caroline de Toni porá em votação projeto contra MST em caso de invasão de terras no ‘abril vermelho’

Presidente da CCJ teve encontro com a Frente Parlamentar da Agropecuária e já apresentou proposições contra o movimento

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Foto do author Levy Teles

BRASÍLIA — A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos deputados, Caroline de Toni (PL-SC), afirma que vai incluir na pauta do colegiado projetos de lei que endureçam penas a invasores de terra caso o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) faça ações do tipo durante o “abril vermelho”.

A ideia é resgatar propostas de oposicionistas que participaram da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, de 2023. De Toni também sugere pôr em votação projetos que possam reduzir o dano a donos de fazendas invadidas.

Caroline de Toni, presidente da CCJ, já fez projeto de lei que proíbe o repasse de recurso público a movimentos que apoiem, incentivem ou participem de invasão de propriedades rurais ou bens públicos. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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“O MST falou que vai ter abril vermelho. Uma das respostas que a gente pode ter é com o Parlamento pautando projetos para endurecer penas às invasões ou minorar danos aos proprietários legítimos”, afirma De Toni.

A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) convidou De Toni e outros seis presidentes de comissão — entre eles Nikolas Ferreira, do colegiado de Educação — nesta terça-feira, 12, para discutir pautas de interesse da bancada. A FPA foi uma das principais apoiadoras da CPI do MST.

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O MST costuma realizar ações ao longo do mês de abril para relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará da década de 1990. Nesse mês, aumentam as invasões a propriedades rurais e a pressão a órgãos do governo.

Foi assim que começou a CPI do MST, no ano passado. Integrantes do movimento invadiram a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Alagoas, chefiada por César Lira, primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Houve também invasões em outros lugares do Brasil. As principais aconteceram na região Sul da Bahia, onde manifestantes invadiram propriedades da Suzano. A reação veio por parte da Câmara, com a aprovação de um requerimento de instalação de CPI para investigar o MST, que teve a participação de Caroline de Toni.

A CPI acabou não tendo forças para pressionar o governo e sequer votou o relatório final, do deputado Ricardo Salles (PL-SP), com a oposição temerosa de uma derrota. O grupo, porém, sugeriu a tramitação na Câmara de projetos contra as invasões de terras.

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Entre as matérias indicadas, há um projeto de lei que classifica como terrorismo atos violentos, ameaças ou simulações contra propriedades públicas e privadas. O projeto é de autoria de Alberto Fraga (PL-DF), presidente da bancada da bala, e está na CCJ sob relatoria de Arthur Maia (União-BA).

A própria De Toni apresentou um projeto, no ano passado, que proíbe o repasse de recursos públicos a entidades, organizações, cooperativas, pessoas jurídicas ou associações que ajudarem, incentivarem ou participarem de invasão de propriedades rurais ou bens públicos. O texto impede, ainda que por meio de terceiros, o repasse de dinheiro público a movimentos que não possuem CNPJ, caso do MST.

Como mostrou o Estadão em fevereiro deste ano, a Câmara realizou uma sessão solene em homenagem aos 40 anos do MST. O evento acabou com tumultos e discussão entre deputados da oposição, que foram a tribuna criticar o movimento. Salles foi um deles e foi chamado de “fascista” por integrantes do MST.

Nos primeiros dois dias como presidente da CCJ, De Toni tentou pautar projetos que eram de interesse da bancada da bala, mas o governo conseguiu barrar a votação com uma inversão de pauta. A presidente da CCJ diz que ainda irá discutir a pauta da próxima semana.

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