CEO da Rumble diz a Moraes que não vai cumprir ‘ordens ilegais’: ‘Nos veremos no tribunal’

Plataforma Rumble alega que ministro do STF violou soberania americana ao ordenar suspensão dos perfis de Allan dos Santos

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Foto do author Karina Ferreira
Atualização:

O CEO da plataforma de vídeos Rumble, Chris Pavlovski, publicou um recado para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que “não cumprirá suas ordens ilegais”.

Em seu perfil no X (antigo Twitter), Pavlovski afirmou nesta quarta-feira, 19, que se vê com o ministro “no tribunal”.

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Moraes é alvo de uma ação na justiça dos Estados Unidos por suposta violação à soberania americana. Além da Rumble, a ação também é movida pela empresa Trump Media, ligada ao presidente Donald Trump.

Os advogados argumentam que a restrição das operações do Rumble no Brasil também prejudica a empresa do presidente, pois a plataforma de vídeos fornece a Trump Media serviços necessários para a manutenção da rede social Truth Social.

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Segundo as empresas autoras da ação conjunta, Moraes violou a legislação americana ao ordenar à plataforma a suspensão da conta do blogueiro Allan dos Santos.

Foragido da justiça brasileira nos Estados Unidos, o bolsonarista é investigado pelo STF por propagação de desinformação e por ofensas a ministros da Corte brasileira.

A notícia sobre a ação tem sido usada por bolsonaristas para tentar tirar o foco da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O próprio ex-presidente respondeu à publicação original do CEO, afirmando que “o mundo precisa ser livre”. Ele e os demais denunciados são suspeitos pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado com uso de violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas, com agravantes, podem ultrapassar 43 anos de prisão.

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Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro rebateu a denúncia da PGR chamando-a de “inepta”, “precária” e “incoerente”. Os advogados do ex-presidente também alegam que a denúncia é baseada em um acordo de colaboração “fantasioso” do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

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