Chefe da PF diz que grupos extremistas estão ativos e é preciso combate de maneira enérgica

Andrei Passos Rodrigues, diretor-geral da PF, afirmou que corporação apreendeu celular do autor das explosões e não descarta que ele teve ajuda para realizar o atentado

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Foto do author Gabriel Hirabahasi
Foto do author Iander Porcella
Atualização:

BRASÍLIA – O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, disse nesta quinta-feira, 14, que é preciso uma atuação enérgica das autoridades contra grupos extremistas no País, após o atentado em Brasília. “Grupos extremistas estão ativos e é preciso que atuemos de maneira enérgica, não só PF, mas todo o sistema de justiça criminal. Episódio de ontem (quarta-feira, 13) não é fato isolado, mas conectado com diversas ações que a PF tem investigado”, disse o diretor-geral da Polícia Federal.

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A corporação apreendeu um celular e vários artefatos na residência e no trailer do homem responsável pelas explosões na Praça dos Três Poderes e no Anexo IV da Câmara em Brasília. O chefe da corporação disse que a investigação da PF “dirá se a pessoa agiu isoladamente ou em conjunto, com apoio financeiro”.

Andrei Passos Rodrigues relatou que a equipe entrou com um robô na casa alugada em Ceilândia (DF) pelo homem que se matou na Praça dos Três Poderes. Quando o equipamento antibombas abriu uma das gavetas na residência, houve uma “explosão gravíssima”, nas palavras de chefe da PF.

O diretor-geral da corporação disse não descartar novos ataques. “Não descartamos nada de imediato”, disse durante entrevista a jornalistas. Ele afirmou ainda ter ressalvas com a expressão “lobo solitário”, que passou a ser usada desde a noite de quarta para se referir ao episódio. “Tenho ressalvas a expressão ‘lobo solitário’, por trás de ação nunca há só uma pessoa. A ação foi individual, mas a investigação dirá o que impulsionou essa ação”, declarou.

Diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Andrei Passos afirmou também que as explosões não se tratam de um “fato isolado, mas conectado com diversas ações que a Polícia Federal tem investigado”.

Questionado sobre o fato de Francisco Wanderley Luiz, autor do crime, ter anunciado nas redes sociais sua intenção de cometer o atentado, Andrei Passos Rodrigues defendeu uma regulação das redes sociais. “É preciso ter regras claras sobre o uso das redes sociais”, disse.

Segundo ele, a Polícia Federal investiga o fato a partir de duas perspectivas: primeiro, a tentativa de atentado contra o Estado Democrático de Direito e, segundo, uma ação terrorista. Por isso, disse o chefe da PF, o caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.

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O diretor-geral da PF relatou que a motivação do crime não está clara até o momento e que o inquérito corre sob sigilo. Segundo ele, mensagens do autor das explosões indicam que há conexões com outros casos.

Corpo do homem responsável pelas explosões em frente ao STF Foto: Wilton Junior/Estadão

Passos disse que o autor tinha alugado uma casa em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal distante cerca de 30 quilômetros da área central de Brasília. No local, foi encontrada uma referência a uma pichação feita no 8 de janeiro de 2023 por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Vamos tentar identificar origem do material explosivo (apreendido), foram artefatos artesanais. Os artefatos, embora artesanais, tinham grau de lesividade muito grande”, disse.

O diretor-geral da PF disse que o autor das explosões portava um extintor de incêndio que simula um lança-chamas e tinha, no porta-malas de seu carro, fogos de artifício apoiados em tijolos.

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Ao lado do carro, havia um trailer, o que, para Passos, “aponta para de fato planejamento de médio ou longo prazo”. O diretor-geral afirmou, ainda, que foi localizada uma caixa, que a PF está verificando se pertence a esse mesmo episódio.

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