BRASÍLIA – O senador Cid Gomes (CE) se filiará ao PSB neste domingo, 4, em ato que contará com a presença dos principais nomes do partido a nível nacional. O evento resgata para a sigla uma das principais forças políticas no Ceará, que deixa o PDT depois da divisão no PDT e na família Ferreira Gomes que começou em 2022. Além de Cid, o diretório estadual filiará a secretária executiva do ministério da Educação, Izolda Cela.
A cerimônia em Fortaleza começará a partir das 9 horas e prevê a filiação de 40 prefeitos do Ceará, de mais de 100 vereadores em todo o Estado e de 40 mulheres. O 40 foi escolhido como número simbólico, já que representa o PSB nas urnas.
O vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Márcio França (Empreendedorismo) e Camilo Santana (Educação), além do prefeito do Recife, João Campos, estarão presentes ao ato. Todos os cinco senadores e os quatro governadores da legenda foram convidados.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, não irá por causa de problemas de rouquidão e dificuldade de locomoção, mas enviou uma carta.
Ainda há a expectativa de que, com a abertura da janela partidária e a depender de resolução de casos na Justiça, o PSB também filie mais vereadores e deputados estaduais e federais nos próximos meses.
A expectativa no partido é de que a sigla se torne uma das principais forças políticas no Estado, ao lado do PT, que elegeu o governador, Elmano de Freitas. “O PSB, que tinha nove prefeitos com a minha chegada, agora sai um partido forte”, afirma Eudoro Santana, presidente do diretório cearense da sigla.
Disputa no PDT levou Cid e Izolda ao PSB
O ato marca mais um momento da disputa política entre Cid e o seu irmão, Ciro Gomes. “A vinda dele (Cid) não só consolida a aliança (com o PT) mas também eu diria que é quase um desagravo do que fizeram com ele dentro do PDT. Para nós é um movimento muito importante”, diz Eudoro.
Foi a própria Izolda, que também se filiará neste domingo, um dos motivos da disputa. Ela foi vice-governadora do Ceará entre 2014 e 2022, na chapa com Camilo, e o PT e Cid Gomes queriam que ela — àquele momento, filiada ao PDT — fosse a candidata ao governo.
Ciro, no entanto, rivalizando com o PT na disputa pelo Planalto, apoiou a candidatura do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio. O PDT preteriu Izolda e optou pela candidatura de Cláudio, levando o PT a romper uma aliança de mais de uma década e lançar Elmano de Freitas como nome ao Palácio da Abolição.
Elmano venceu a disputa ainda no primeiro turno, e a indicação pedetista ficou na terceira posição. Izolda deixou o partido e Cid permaneceu por mais um ano, até que o acirramento da disputa interna no final do ano passado o levou a romper tanto com o irmão, Ciro, quanto com o PDT.
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Na nova sigla, Cid terá liberdade para tomar decisões e reestruturar, no Estado, o partido do qual já fez parte entre 2005 e 2013. O próprio Eudoro, que é pai de Camilo Santana, abriu essa possibilidade. “O PSB, que tinha nove prefeitos com a minha chegada, agora sai um partido forte”, afirma.
A filiação de Izolda, porém, pode apresentar incertezas para a aliança entre PT e PSB. Isso porque ela se destaca como possível candidata à prefeitura de Fortaleza em meio a um cenário já bastante disputado tanto pelo Partido dos Trabalhadores quanto pelo PDT. Caso haja consenso com o PT, ela poderia pleitear a prefeitura de Sobral.
Eudoro diz que haverá a discussão interna sobre isso no partido, mas sinaliza que o caminho deverá ser construído em diálogo com o PT. “Estamos unidos no projeto importante do Ceará e nós queremos discutir a eleição de Fortaleza, trabalhando unidos, todos juntos. Não só o PT e o PSB, mas os partidos aliados para que possamos ganhar a eleição em Fortaleza”, diz.
O PT vive sua própria divisão interna em Fortaleza, com cinco nomes disputando a indicação do partido. Os dois principais são Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa do Ceará e ex-pedetista, e Luizianne Lins, que já foi prefeita da capital.
Evandro tem o apoio de Camilo, mas enfrenta resistência na base por ser um petista neófito. Com o PT fora da disputa em São Paulo e no Rio de Janeiro, Fortaleza pode ser uma das principais cidades para o partido, por isso, dessa vez seria difícil convencer o ministro da Educação a apoiar novamente um pleito de Izolda.
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