O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pratica “estelionato eleitoral” ao prometer que o País pode “voltar a um tempo de picanha e cerveja”. Segundo ele, a conjuntura econômica do País mudou desde 2003 – primeiro ano dos governos petistas.
“Crescer no Brasil, agora, é um efeito colateral se possível, e é impossível. Os números são concretos. Fica o Lula acenando com um grande estelionato eleitoral, que vai voltar um tempo místico de picanha e cerveja. Isso é uma grande mentira, nunca acontece isso na história brasileira”, disse Ciro durante entrevista à jornalista Renata Lo Prete, apresentadora do podcast O Assunto. “O Lula está muito longe de entender que o Brasil é outro. De 2003 para cá, as coisas se deterioraram, o mundo é outro, se deteriorou no planeta Terra.”
Segundo Ciro, essa ideia só pode ir para frente se as famílias tiverem um incentivo que auxilie no pagamento de suas dívidas no Serasa - em 2021, o Brasil atingiu um patamar recorde de brasileiro endividados da série histórica iniciada em janeiro de 2010. Em dezembro, o índice de chegou a 76,3% da população.
“O PIB tem quatro motores que impulsionam para (o País) crescer. Um é o consumo das famílias. Ninguém precisa ser brilhante economista para entender: se as famílias têm o consumo expandido, o comercio vende mais, que contrata mais gente, encomenda mais da indústria; a indústria contrata mais gente, encomenda mais matéria-prima, e a traquitana da economia roda”, defendeu o pré-candidato.
PEC dos combustíveis
Na entrevista, Ciro classificou como “truque eleitoreiro criminoso” a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe a redução de preços dos combustíveis no País. “É um truque eleitoreiro criminoso. O governo Bolsonaro está propondo tirar dinheiro da saúde e da educação, que é basicamente provida pelos Estados e municípios, para financiar o lucro exorbitante e selvagem do acionista minoritário (da Petrobras). Essa é a grande canalhice. E não é para resolver o problema, é para atravessar o período eleitoral até dezembro”, disse sobre a proposta enviada pelo Executivo ao Congresso.
A PEC dos Combustíveis, que tem o apoio do governo, propõe reduzir os impostos que incidem diretamente sobre combustíveis e o gás de cozinha com o intuito de conter o aumento dos preços desses produtos; valores que são definidos pelo dólar. A proposta, entretanto, impacta diretamente nas arrecadações dos Estados, que perdem com a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Como mostrou o Estadão, o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Consefaz) calculou que os Estados já deixaram de arrecadar R$ 3,4 bilhões desde novembro com o congelamento do ICMS sobre os combustíveis, aprovado pelo governo Bolsonaro.
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