O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou nesta segunda-feira, 15, que se Jair Bolsonaro (PL) conseguir eleger seus aliados no Senado Federal em 2026, é possível que ele consiga anistia das investigações a que responde. Para Ciro, a esquerda terá a maior derrota da história no próxima pleito.
“Não tenho dúvida, principalmente, se mudar o condicionamento do Senado. Dá até para discutir se Lula, Bolsonaro ou Tarcísio vão ganhar, mas que a direita vai ter ampla maioria no Senado a partir de 2026, isso ninguém tem dúvida. Bolsonaro vai eleger em torno de 38 a 41 senadores, somado aos 15 que já são aliados a ele, imagina a força política de ter 54 senadores a partir de 2026?″, afirmou o parlamentar em entrevista ao Uol News.
Além dos inquéritos nos quais é investigado atualmente, como nos casos da falsificação de cartões de vacina, tentativa de golpe de Estado e venda ilegal de joias recebidas como presente no cargo, e cujas possíveis condenações poderiam ser alvo de uma possível anistia, Jair Bolsonaro está inelegível até 2030, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Em 30 de junho de 2023, a Corte formou um placar de 5 votos a 2 no julgamento do ex-chefe do Executivo, que foi acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao realizar uma reunião atacando as urnas eletrônicas diante de diplomatas. O ex-presidente não perdeu os direitos políticos e pode recorrer a deliberação do Tribunal.
Para Ciro, a maioria dos brasileiros não concorda com a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele diz que grande parte dos senadores precisarão do apoio do ex-comandante do Executivo brasileiro em 2026, o que poderia significar que esses nomes precisariam começar a atuar a favor de Jair.
“Só teríamos, hoje, que reverter em torno de oito senadores para votar a anistia ao Bolsonaro. Esses oito senadores vão pensar duas vezes para votar a anistia a partir do próximo ano”, opina ele.
Ciro também citou as eleições presidenciais dos Estados Unidos que ocorrem neste ano, na qual Donald Trump, que possui ideologia similar à do ex-presidente do Brasil, é visto como possibilidade para assumir a gestão do País. Para o progressista, a vitória de Trump poderia contribuir com a volta de Bolsonaro às disputas políticas.
“É uma pessoa que tenho certeza que vai externar essa injustiça que foi feita ao presidente Bolsonaro em nosso País, e eu acho que o Brasil passará a ser uma prioridade a na política externa americana no caso da vitória do Trump”, complementa.
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