Cláudio Castro diz que segurança em áreas turísticas no Rio é similar à de Londres

Governador do Rio participa de uma série de eventos com empresários em São Paulo; para ele, legislação atual favorece o crime organizado

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Foto do author Zeca  Ferreira
Atualização:

Em meio a uma crise na segurança pública do Rio de Janeiro, com a edição de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos, o governador do Estado, Cláudio Castro (PL), disse nesta segunda-feira, 6, que a segurança em Copacabana, na zona sul do Rio, é similar à (segurança) de Londres. Ele afirmou ainda que “os números do Rio de Janeiro de segurança pública são os melhores dos últimos dez anos”.

A declaração foi feita durante um almoço com empresários promovido pelo grupo Lide, em um hotel, na zona sul de São Paulo. No encontro, Castro foi recebido pelo co-chairman do Lide e ex-governador de São Paulo, João Doria (sem partido). Nesta tarde, Castro ainda tem um encontro com executivos do BTG Pactual. Depois, ele participa de um jantar organizado pelo grupo Esfera, com outras autoridades.

Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e ex-governador de São Paulo João Doria, em evento do grupo Lide, na zona sul de São Paulo. Foto: Zeca Ferreira/Estadão

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Durante o almoço com empresários, Castro atribuiu uma parcela da crise na segurança pública do Rio à legislação brasileira. Segundo ele, a possibilidade de progressão de regime, no qual o condenado sai de uma pena mais rigorosa e vai para uma mais leve, favorece o crime organizado. Neste contexto, ele defende o fim desse direito para determinados crimes, como, por exemplo, o porte de arma de fogo de uso restrito.

“O combate nós estamos fazendo, tenho certeza que o Estado do Rio de Janeiro está fazendo a parte dele”, afirmou o governador, ao cobrar uma mudança na legislação atual. “Se você pegar o recorte turístico do Rio de Janeiro, pegar Copacabana, Leblon, Ipanema, Barra, os índices de segurança pública são muito similares aos de Londres, Paris, Nova York, não muda muita coisa não”.

Castro também argumentou que o Judiciário também é responsável pelo fortalecimento do crime organizado no Estado. Em sua visão, a polícia prende o criminoso, enquanto a Justiça, solta. O governo ainda disse que tentou transferir 30 membros de facções criminosas para presídios federais, mas que o Judiciário impediu a transferência de metade dos detentos.

“Ou fazemos um verdadeiro enfrentamento ao problema da segurança pública, ou vamos continuar enxugando gelo”, disse Castro. “Infelizmente, para uma parte da sociedade, o traficante é um menino que não teve oportunidade e a polícia é má, entra lá (na comunidade) para matar um menino. Essa não é a verdade. A verdade é que tanto o traficante quanto o miliciano são criminosos cruéis”, prosseguiu o governador.

Nomes para eleições municipais no Rio

Após o almoço com empresários, Castro afirmou a jornalistas que vai apoiar o nome escolhido por seu partido, o PL, nas eleições municipais na capital fluminense. Ele, porém, não defendeu nenhum nome específico. “Já ouvi o nome do senador (Carlos) Portinho, o nome do deputado (Alexandre) Ramagem - agora tem que ver como é que vai ficar (por conta da inelegibilidade) - mas do ex-candidato a vice general Braga Netto. É sentar na executiva, fazer pesquisa e escolher o melhor nome. É mais simples do que parece”.

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