PALMAS - O empresário colombiano naturalizado brasileiro Carlos Amastha (PP) foi eleito prefeito de Palmas no domingo, 7, com 49,65% dos votos (59.680). O segundo colocado, Marcelo Lelis (PV), ficou com 43,24% (51.979). Com apenas 150.526 eleitores, Palmas não tem segundo turno - o mínimo é 200 mil.
Para o eleito, o resultado das urnas tornou claro o sentimento de indignação dos palmenses diante dos políticos que comandam a cidade desde a sua criação, há 23 anos. Lelis tinha o apoio do governador Siqueira Campos (PSDB).
Terceira colocada, com 4,83% dos votos válidos (5.807), Luana Ribeiro (PR), é filha do senador João Ribeiro (PR) e era candadidata do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT).
Na festa da vitória, Amastha disse que usará o mandato como símbolo de união e não discriminará ninguém, independentemente do partido. Em nota, afirmou que não quer revanchismo nem rancor, "mas uma nova forma de se fazer política e uma gestão estratégica e planejada para Palmas".
"Acho que a minha experiência empresarial, de vida, de homem, de pai, de amigo, me credencia, com folga, para assumir esta responsabilidade", disse, pouco antes de votar no Colégio Marista. A afirmação foi um ataque ao adversário Marcelo Lelis, que já foi secretário municipal e vereador e é deputado.
Com bens que somam R$ 8 milhões, Amastha figurou como o quarto mais rico entre os candidatos a prefeito das capitais. Empresário no ramo de shoppings e presidente do Grupo Skipton, tem negócios no Tocantins, na Região Sul e também no exterior. É cônsul honorário e tem imóveis no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins, além de Cartagena, na Colômbia.
Estrangeiros. Amastha será o segundo estrangeiro a administrar uma capital brasileira. Em 1996, André Puccinelli, nascido na Itália, elegeu-se prefeito de Campo Grande (MS) e administrou a cidade durante oito anos, até 2004. Hoje é governador de Mato Grosso do Sul.
O prefeito eleito de Palmas é naturalizado há 30 anos e pela primeira vez apostou na carreira política. Segundo ele, só em Palmas se sentiu em casa desde que se naturalizou.
Nascido na cidade de Barranquilla, no litoral colombiano, é filho de um médico comunista e veio para o Brasil aos 18 anos. Entre os ataques que recebeu durante a campanha eleitoral, um deles fazia referência à sua condenação a um ano e dez meses de prisão por calúnia, pela Justiça Federal de Santa Catarina, em ação proposta pelo Ministério Público Federal.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.