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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Agronegócio passa a blindar Fávaro nas críticas ao governo Lula

Ministro da Agricultura aprimorou interlocução junto ao setor após contrariar o Palácio do Planalto em votações no Congresso

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

Com o cargo cobiçado pelo Centrão desde meados do ano passado, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, aprimorou sua interlocução junto ao agronegócio e agora é poupado das críticas do setor ao governo Lula.

Até mesmo lideranças ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmam que o ministro escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne propostas adequadas para o agronegócio, mas tem as entregas limitadas pela resistência do Palácio do Planalto à agenda do segmento.

O presidente Lula com o ministro Carlos Fávaro, durante a cerimônia de lançamento do Plano Safra em 2023. Foto: FOTO WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

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O presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), é um dos que criticam abertamente a linha política adotada pelo governo sem mirar a artilharia sobre o ministro. “O Ministério da Agricultura perdeu relevância neste terceiro governo Lula. O Ministério do Desenvolvimento Agrário está mais importante que o da Agricultura”, afirmou à Coluna do Estadão.

Na derrubada do veto presidencial ao marco temporal, uma das pautas mais caras ao agronegócio, Carlos Fávaro licenciou-se do ministério para reassumir o mandato de senador e votar com a “bancada do boi”: ele descumpriu a orientação do governo e apoiou a derrubada do veto.

Também na contramão dos governistas, Fávaro ainda se posicionou ao lado da maioria dos empresários e ajudou a derrubar o veto presidencial à prorrogação da desoneração da folha de pagamento, posteriormente alterada via Medida Provisória e agora alvo de discussão entre a equipe econômica e a cúpula do Congresso.

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De acordo com auxiliares de Lula, a postura do ministro foi compreendida pelo Palácio do Planalto, já que a derrotada nos dois vetos já estava precificada e ajuda Fávaro a manter suas pontes com o setor.

No final do ano passado, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirmou que o governo Lula é “difícil”, mas igualmente blindou o ministro de uma eventual fritura. “Temos uma relação razoavelmente boa com o ministro Fávaro. Deixamos claro que gostaríamos de discutir com o governo com uma pauta determinada”, declarou.

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