A ida de Paulo Pimenta para a liderança do governo Lula na Câmara, após sair da Secretaria de Comunicação Social (Secom), enfrenta resistência e ceticismo no próprio PT. Se houver mesmo mudança na articulação do Palácio do Planalto na Casa, uma ala da sigla prefere que um deputado do Centrão assuma o posto. Hoje, a função é exercida por José Guimarães (PT-CE).
Há uma avaliação no Legislativo de que o governo errou ao escolher apenas petistas para os cargos de liderança - além de Guimarães, Jaques Wagner (PT-BA) atua no Senado e Randolfe Rodrigues (PT-AP) no Congresso como um todo. Por isso, só faria sentido trocar os atuais líderes por integrantes de legendas de centro-direita, para melhorar a governabilidade.
Pimenta é considerado combativo, característica que tem sido apontada pelo PT como necessária nos próximos dois anos para pavimentar o caminho da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Mas esse perfil não é exatamente o que parte do partido espera na liderança do governo, cargo que exige moderação para que as negociações avancem.
Além disso, o Planalto também precisaria encontrar um lugar para Guimarães, como um ministério. O nome dele é defendido pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para sucedê-la no comando da sigla. Aliados de Lula, contudo, dão como certo que o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, será o escolhido para ocupar o posto. Para o lugar de Pimenta, o favorito é o marqueteiro Sidônio Palmeira.
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