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Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Alcolumbre será o ‘novo Lira’ e ambiente no Senado ficará mais hostil a Lula, alertam governistas

O cálculo de interlocutores palacianos é de que haverá uma inversão no clima entre as forças políticas: os ânimos esfriarão na Câmara com Hugo Motta e esquentarão no Senado com Davi Alcolumbre; procurado, o senador não respondeu

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Foto do author Roseann Kennedy
Foto do author Iander Porcella
Atualização:

A governabilidade da gestão Lula 3 em 2025 passa pela boa relação do Planalto com os novos presidentes da Câmara e do Senado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve sucesso nas articulações para definição do comando das duas casas e tenta costurar uma reforma ministerial para afagar os aliados. Mas um fator preocupa os governistas, o risco de “uma mudança pendular” de problemas.

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O senador Davi Alcolumbre, favorito para assumir o Senado, tem sido classificado por petistas como o “novo Lira”, em referência à difícil e volátil relação que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teve nos últimos dois anos com o governo. Procurado, Alcolumbre não respondeu.

O cálculo dos governistas é de que haverá uma inversão no clima de hostilidade ao presidente no Congresso: os ânimos esfriarão na Câmara com Hugo Motta (Republicanos-PB) e esquentarão no Senado, com a saída de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o retorno de Alcolumbre. Embora o PT e o próprio governo tenham embarcado nas duas candidaturas, há uma avaliação de que Alcolumbre usará mais o cargo para pressionar o Planalto.

Um sinal desse modus operandi ocorreu no final do ano, quando relator do Orçamento Geral da União de 2025, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), anunciou que a proposta só seria votada após o recesso parlamentar. A decisão de deixar a peça orçamentária “pendurada”, na visão de interlocutores palacianos, teve a digital de Alcolumbre. Lira, por outro lado, de saída do cargo, defendia a votação ainda em 2024, segundo apurou a Coluna do Estadão.

Outro teste para o Planalto serão as sabatinas das indicações de Lula para cargos em agências reguladoras, que também ficaram para 2025.

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Davi Alcolumbre (União-AP), senador e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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