O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) foi indicado por seu partido como membro titular da CPI da Braskem — colegiado que ele mesmo tentou barrar. Aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Cunha apresentou em 24 de outubro, no plenário do Senado, uma questão de ordem para impedir a instalação da CPI, alegando que a investigação sobre a ação da mineradora em Maceió seria competência da Assembleia Legislativa de Alagoas. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), porém, indeferiu o pedido.
Com o avanço da CPI, Cunha decidiu integrar o colegiado para rivalizar com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), arquirrival de Lira em Alagoas e, consequentemente, seu adversário político. O senador pretende disputar a presidência ou a relatoria do colegiado, postos também almejados por Renan. Para a suplência de Cunha, o Podemos indicou a senadora Soraya Thronicke (MS).
Renan é o principal articulador para a instalação do CPI e quer investigar um acordo firmado entre a Braskem e a Prefeitura de Maceió, comandada por João Henrique Caldas (PL), outro aliado de Lira.
Até então “congelada”, a CPI da Braskem deve ser instaurada ainda este ano no Senado, após crescente apelo diante do desastre ambiental causado pela mineradora em Maceió. Haverá uma reunião na terça-feira, às 11 horas, para a negociação da mesa diretora da CPI. Às 15h, a comissão será instaurada.
“Queremos a CPI. Sou capaz de propor uma trégua humanitária para que todos somem esforços a favor de uma solução. O que não podemos é beneficiar a Braskem. Ela que cometeu os crimes e que pague por eles. Meu papel como senador é esse. A CPI é um dos caminhos”, afirmou Renan Calheiros (MDB-AL) à Coluna.
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