“Vamos dobrar a meta?”, propôs uma seguidora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais; “Doei de novo! Que Deus abençoe o nosso presidente!”, afirmou outro, em apenas dois exemplos de um movimento que começa a tomar forma nas redes sociais depois que a imprensa mostrou que Bolsonaro recebeu R$ 17 milhões em doações para pagar multas, mas guardou o dinheiro e não quitou suas dívidas.
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Muitas dessas postagens apareceram como respostas a uma publicação de Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social no governo Bolsonaro e atual assessor do ex-presidente. No Twitter, ele agradeceu as doações que, segundo ele, “foram voluntárias e espontâneas”; disse também que as multas ainda estão sendo contestadas na justiça e acrescentou que “inúmeras outras ações e despesas judiciais existem” contra o ex-presidente.
Em resposta, seguidores criticaram a imprensa que divulgou as informações, louvaram Bolsonaro e iniciaram uma onda por uma “nova rodada” de arrecadação. Houve até montagem fake com a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) segurando uma placa com o número do Pix de Bolsonaro e uma nova meta: R$ 22 milhões. A parlamentar foi oposição ao ex-presidente durante sua gestão.
Os apoiadores de Bolsonaro também se manifestaram em suas próprias contas e em resposta a matérias da imprensa, a aliados e a publicações de representantes de outro espectro político que criticaram o ex-presidente.
Em junho, deputados e influenciadores bolsonaristas iniciaram uma campanha pedindo doações por Pix ao ex-presidente. Diziam que ele era vítima de “assédio judicial” e que precisava de ajuda para pagar suas multas. A campanha parece ter tido sucesso, pois, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas por meio desse tipo de transferência entre janeiro e julho.