Um dos principais desafios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste ano será garantir apoio na Câmara. O endosso dos deputados a seu governo caiu em 2024, segundo estudo da consultoria Arko Advice obtido pela Coluna do Estadão, e será um fator de atenção para o Palácio do Planalto. O petista terá a oportunidade de construir uma relação melhor com a cúpula da Casa, que será presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), após dois anos de sobressaltos com Arthur Lira (PP-AL), mas o ingrediente essencial para melhorar a relação com os parlamentares é recuperar sua aprovação popular, que está em queda.
A partir da análise de 240 votações nominais e abertas ocorridas na Câmara em 2024, a conclusão é que o apoio ao governo foi de 56,73% no ano. O índice ficou abaixo dos 58,11% registrados em 2023. Lula venceu 204 votações e perdeu 36 no ano passado, o que indica uma taxa de sucesso de 85%. No primeiro ano do mandato, contudo, o porcentual positivo foi de 90%.
Na visão de Cristiano Noronha, cientista político da Arko, a relação entre Planalto e Congresso continuará com “altos e baixos”. “O primeiro complicador é a queda de popularidade que o presidente está tendo. Naturalmente, ela acaba aumentando o custo político do governo nessas articulações com o Congresso Nacional”, diz o profissional.
Ele ressalta que, a partir de outubro, as siglas começarão a olhar mais para o cenário da eleição de 2026. “Não necessariamente os interesses de partidos que hoje estão na base do governo vão coincidir com os interesses do governo e do PT”, emenda.
