Criticado ao longo do mandato por suposta omissão no combate ao desmatamento ao longo do governo Bolsonaro, o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, nomeou ontem 35 novos procuradores do Ministério Público Federal, sendo 33 deles na região amazônica. O objetivo é reforçar a atuação do MPF na Amazônia Legal, de acordo com nota da própria PGR.
A convocação de procuradores aprovados em concurso público vem meio à campanha de Aras para ser reconduzido à chefia do Ministério Público pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O procurador-geral tem apoios importantes nas fileiras petistas para a nova indicação, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner. A justificativa apresentada por eles é a atuação do PGR no desmonte da operação Lava Jato. Como mostrou a Coluna, o “bolsonarismo” de Aras virou seu maior trunfo junto a Lula.
Por outro lado, uma ala do Palácio do Planalto tem alertado Lula da armadilha política que a recondução de Aras significar. Isso porque, na visão do próprio PT, o procurador-geral foi omisso durante a gestão considerada desastrosa do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta semana que uma possível recondução de Augusto Aras ao cargo seria um “desastre”.
Para além dos 33 procuradores-gerais que serão distribuídos nos Estados amazônicos da região Norte, Aras ainda nomeou um representante do Ministério Público para o Maranhão e outro para Mato Grosso. Todos tomam posse na próxima segunda-feira, em Brasília.
Veja aqui as chances de Augusto Aras continuar no comando do Ministério Público.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.