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Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Arthur Lira deixa o poder na Câmara com festa que atrai de Eduardo Cunha a Gleisi Hoffmann

A avaliação geral na festa, segundo políticos ouvidos pela Coluna do Estadão, era de que Lira foi e continuará sendo uma “peça-chave” no xadrez do Centrão, grupo político que dá as cartas no Congresso

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Foto do author Iander Porcella
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Atualização:

Arthur Lira (PP-AL), considerado o presidente da Câmara mais poderoso dos últimos tempos, encerrou seu segundo mandato com uma festa que reuniu todo o espectro político brasileiro na noite desta sexta-feira, 31 - do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (Republicanos) à presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Passaram pelo evento tanto o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito para assumir neste sábado, 1º, o cargo de Lira, quanto figuras mais ligadas à esquerda, como os parlamentares Pedro Campos (PSB-PE) e Túlio Gadêlha (Rede-PE).

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A avaliação geral era de que Lira foi e continuará sendo uma “peça-chave” no xadrez do Centrão, grupo político que dá as cartas no Congresso. O deputado alagoano, inclusive, é cotado para assumir o Ministério da Agricultura no lugar de Carlos Fávaro (PSD), enquanto Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que desfilou com um adesivo de Motta, é o favorito para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) na vaga hoje ocupada pelo petista Alexandre Padilha.

Com o sentimento de dever cumprido, após pavimentar o caminho para eleger Motta como seu sucessor, Lira estava descontraído e à vontade para pedir músicas aos cantores presentes no evento. O presidente da Câmara quis ouvir Sua Melhor Versão, Bruno e Marrone, Mil e Uma Noites de Amor, Pepeu Gomes, e Conselho, Grupo Revelação. Uma das bandas que tocou no local era Hudson e Felippe.

No cardápio do jantar, risoto de camarão, ceviche, quibe, dadinho de tapioca e tábua de frios. Para beber, vinho branco e tinto, uísque, água e refrigerante. O tempo chuvoso comprimiu os convidados em ilhas, no amplo quintal da residência oficial da Presidência da Câmara, que fica às margens do Lago Paranoá, em Brasília.

Arthur Lira, presidente da Câmara, e Hugo Motta, deputado Foto: Iander Porcella

A cúpula do União Brasil estava lá, com o presidente do partido, Antonio de Rueda, e Elmar Nascimento (BA), ex-líder da bancada na Câmara que será agora o segundo vice-presidente da Casa. Antes melhor amigo de Lira, Elmar foi preterido na sucessão e agora tem uma relação apenas protocolar com o deputado alagoano - os dois não conversaram na festa.

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O PP de Lira - como Ciro Nogueira (PI), Tereza Cristina (MS), André Fufuca (MA) e Eduardo da Fonte (PE) - estava em peso no jantar, assim como o PT de Lula. Além de Gleisi, compareceram petistas como Lindbergh Farias (RJ), Zeca Dirceu (PR), Odair Cunha (MG) e Rubens Pereira Jr (MA). Pelo PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, estava Altineu Côrtes (RJ).

Além de Cunha e Motta, estavam lá pelo Republicanos o presidente da sigla, Marcos Pereira. A deputada Dani Cunha (RJ), do União, filha do ex-presidente da Câmara também se fez presente.

Um petista com trânsito no Planalto disse à Coluna do Estadão, sob reserva, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ter ido à cerimônia para criar um fato político. Lula tem sofrido com queda na popularidade, e precisa do Centrão para chegar competitivo à eleição de 2026.

Arthur Lira e Eduardo Cunha Foto: Iander Porcella/Estadão
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