Partidos que pretendiam avançar nesta semana nas negociações por espaços na Esplanada estão em compasso de espera após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizar uma cirurgia de emergência em São Paulo. Com a previsão de que o petista só volte para Brasília na semana que vem, interlocutores de Lula ouvidos pela Coluna do Estadão avaliam que as articulações da reforma ministerial ficarão travadas. O PSD, por exemplo, vinha aumentando a pressão para trocar a pasta da Pesca, sob o comando hoje de André de Paula, por alguma mais robusta em termos de orçamento e visibilidade. Agora, a sigla terá de dar um passo atrás.
A expectativa é que a dança das cadeiras no Executivo só ocorra em fevereiro, depois das eleições para as presidências das Casas do Congresso. No entanto, possíveis desenhos da reforma já vêm sendo tratados no Palácio do Planalto. Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), são alguns dos nomes cotados para entrar no time de Lula, depois de deixarem os atuais cargos. Legendas da base aliada que querem ampliar seu espaço no governo também estão de olho em ministérios hoje ocupados pelo PT e pretendiam apresentar demandas concretas nos próximos dias.
Também cresceu a percepção de que Lula já decidiu tirar Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social (Secom) - os mais cotados são o marqueteiro Sidônio Palmeira e o jornalista Laércio Portela, que ocupou o cargo interinamente quando Pimenta se afastou neste ano para atuar como secretário extraordinário para a reconstrução do Rio Grande do Sul. Qualquer nova conversa sobre a troca, contudo, terá de esperar o retorno do presidente da República a suas atividades de trabalho.
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