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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

As ‘cotoveladas’ dos aliados de Flávio Dino na disputa pelo espólio do ministro no Maranhão

Lideranças disputam lugar na chapa majoritária que concorrerá com apoio de Lula em 2026

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Foto do author Augusto Tenório
Atualização:

Diante da iminente posse do ministro da Justiça, Flávio Dino, como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), aliados dão o tom da disputa pelo seu espólio político no Maranhão. São dois grupos distintos que buscam associação direta com sua imagem e também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Estado, com vistas às eleições de 2026: um liderado pelo governador Carlos Brandão (PSB) e pela senadora Eliziane Gama (PSD) e o outro pelo senador Weverton Rocha (PDT).

Indicado por Lula ao STF, Flávio Dino (PSB) ao lado do senador Weverton (PDT-MA). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

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O PSB, partido de Dino, do atual governador maranhense e do vice-presidente Geraldo Alckmin, tem uma ideia de chapa majoritária para concorrer com o apoio de Lula em 2026. Para o governo, o nome é o atual vice-governador, Felipe Camarão (PT). Para o Senado, Eliziane Gama (PSD) tentará renovar seu mandato e o atual governador, Brandão, disputará a segunda vaga. Nesse desenho, Lula não poderia apoiar Weverton.

Ao entrar para o Judiciário, Flávio Dino não poderá mais se envolver nas campanhas eleitorais. Mas ninguém parece ter dúvidas de que a associação política no Estado sobre suas preferências eleitorais estará presente na disputa e nas articulações. “Flávio Dino lidera a política maranhense desde 2014, há uma década. Nesse período, foi eleito e reeleito governador, eleito senador e liderou o processo que nesse período elegeu, além de si, mais outros três senadores. Ora, essa construção não se esvai com a saída de Flávio Dino da política partidária, ele continuará sendo força organizadora de um grande campo politico no Maranhão”, resume um dos seus aliados próximos, o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA).

“Flávio Dino sai da política, mas é uma pessoa com muita influencia no Estado, com proeminência. A saída para o Judiciário o coloca em outro Poder, mas ele continua, no meu entendimento, tendo influência. Não vai reunir, sentar, participar da política, mas sempre será proeminente. O governador Carlos Brandão, juntamente conosco, passa a liderar com mais protagonismo. Weverton rompeu com nosso grupo político, na última eleição ele teve vice do PL, mas ficou distante. Ele saiu muito enfraquecido da eleição”, afirmou Eliziane Gama à Coluna.

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) ao lado do ministro da Justiça, Flávio Dino. Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Weverton, por sua vez, avalia que a adversária é quem terá dificuldades. O senador aponta que a senadora se elegeu em 2018 com apoio de Flávio Dino e do eleitorado evangélico. Mas, agora, o ex-governador estará no STF e os evangélicos podem ter resistência ao seu nome por causa da associação direta a Lula e à CPI do 8 de janeiro.

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“Tenho dito que não podemos falar em espólio de alguém que está vivo e, ainda mais, que não pode falar politicamente. Dino ficou neutralizado politicamente pelo cargo, o que é natural, e não credenciou ninguém para falar por ele. Caberá às lideranças políticas do Estado preencherem essas lacunas. Claro que quem tem sintonia com as pautas terá mais naturalidade nesse processo”, afirmou o senador Weverton Rocha à Coluna do Estadão.

O parlamentar se reaproximou de Flávio Dino após rompimento nas eleições de 2022. Na ocasião, o senador concorreu ao governo do Maranhão contra Carlos Brandão (PSB), candidato apoiado por Dino. O senador, porém, afirma que não fez oposição ao futuro ministro do STF ou ao governo Lula. Sua intriga é com Brandão e com o PSB no Estado.

“A marca da gestão do Flávio Dino não é do PSB. É do PCdoB e do PT. Ele entrou no PSB para disputar o Senado. Minha ideia é tentar reconduzir o mandato de senador em 2026, com apoio do Lula”, completou Weverton. Para isso, ele aposta na aproximação com aliados do ex-governador que não o acompanharam na mudança para o PSB.

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