Lideranças evangélicas na Câmara afirmam, nos bastidores, que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), precisa bancar em 2024 algumas pautas de interesse da bancada se quiser garantir o apoio do grupo ao seu sucessor na eleição para a Mesa Diretora, que ocorrerá no início de 2025.
De acordo com as lideranças insatisfeitas com a aprovação do projeto que regulamenta apostas esportivas e legalizou o cassino on-line, Lira precisa pautar em plenário propostas que tratam sobre liberdade religiosa, a criminalização do consumo de drogas e, o mais caro para o grupo, o estatuto do nascituro contra o aborto.
O grupo lembra que apoiou Lira tanto na sua eleição, em 2021, quanto na sua reeleição, em 2023, quando ele bateu o recorde de apoio e obteve 464 votos.
O projeto sobre criminalização do consumo de drogas, de autoria do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), já foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública da Câmara. O Estatuto do Nascituro, por sua vez, tem assinaturas para o regime de urgência, mas o requerimento ainda precisa ser votado em plenário.
A Frente Parlamentar Evangélica tem 203 deputados de diversos partidos. Seu presidente é o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), mas no próximo ano quem assume o comando do grupo é Eli Borges (PL-TO), por acordo já firmado entre os congressistas.
O nome cotado para disputar a presidência da Câmara com apoio de Lira é Elmar Nascimento (União-BA). Mas outros políticos do grupo aliado ao presidente têm manifestado a intenção de concorrer. O alagoano evita, por ora, fazer declaração de candidato. Vai tentar adiar o debate.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.