Alvo de questionamentos sobre a política de enfrentamento ao crime em São Paulo, após a Polícia Militar jogar homem de ponte e uma série de outros casos de violência policial, o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, conta com respaldo da chamada bancada da bala. O grupo parlamentar, um dos maiores do Congresso, não quer nem ouvir críticas a sua atuação.
Deputado licenciado, Derrite não será alvo de possíveis ações da Comissão de Segurança Pública. O deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da bancada da bala e também do colegiado, é taxativo. “Se tiver algo, vai ser no sentido de apoiar o trabalho que ele vem fazendo”, disse o parlamentar à Coluna do Estadão.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira, 4, que manterá Derrite no cargo. Fraga faz coro: “Para combater a criminalidade, são necessárias medidas duras. Não com excesso, claro.”
Parte da bancada admite que há excessos nas ações policiais em São Paulo e defende punição aos agentes de segurança que ultrapassarem as normas, mas insiste na defesa da atuação de Derrite no comando da pasta.
Para o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que também integra a Frente da Segurança Pública e a comissão, é preciso corrigir os erros na atuação policial e punir os casos que fugirem do regramento legal, mas sem generalizar culpados. “Tenho visto uma vontade de trabalhar e mostrar resultados por parte do Derrite”, disse.
O deputado Sanderson (PL-RS) avalia que o efetivo policial enfrenta todos os dias “verdadeiras guerras” no enfrentamento à criminalidade. “Óbvio que situações abusivas, pontuais, exceção num conjunto de 18 milhões de ocorrências atendidas por ano, precisam ser tratadas com o maior rigor possível”, declarou.
No Senado, Derrite também é endossado por Sergio Moro (União-PR). “O secretário Derrite faz um bom trabalho e se manifestou acertadamente condenando os casos isolados de abuso policial”, disse o ex-ministro da Justiça e ex-chefe da Operação Lava Jato.
Movimentos ligados à esquerda, por sua vez, iniciaram ações para pedir a demissão de Derrite, com a convocação de um protesto na capital paulista, como mostrou a Coluna do Estadão.
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