Aliados do Palácio do Planalto preparam uma sessão de constrangimento ao senador Sergio Moro (União-PR) antes da sabatina do advogado Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), o líder do PSD, Otto Alencar (BA), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentaram um requerimento à Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle (CTFC) para ouvir Tacla Duran e Tony Garcia. Ambos denunciaram supostos excessos da Operação Lava Jato, que foi comandada por Moro. O ex-juiz é membro titular do colegiado.
O grupo de senadores acertou com o presidente da CTFC, Omar Aziz (PSD-AM), que o requerimento deve ser apreciado nesta quarta (14). Eles querem que a audiência ocorra até a próxima semana, antes da sabatina de Zanin — que está prevista para ocorrer no dia 21. O quarteto já tem uma trajetória de ações conjuntas. Aziz, Renan, Randolfe e Otto se aproximaram durante a CPI da Covid, em 2021.
No requerimento, os parlamentares citam Moro ao justificar o convite a Tony Garcia. “Já Antônio Celso Garcia, um dos primeiros a assinar acordo de delação premiada com a Justiça do Paraná, afirmou que, para permanecer em liberdade, era obrigado a buscar informações que pudessem comprometer desafetos e adversários políticos de Moro, ou seja, que atuou ilegalmente como um ‘agente infiltrado’ a mando de Moro e dos procuradores de Curitiba”, diz trecho do documento.
Zanin foi advogado de Lula (PT) na Operação Lava Jato e Moro se prepara para indagar o indicado do presidente ao STF sobre o caso. Como mostrou a Coluna, o advogado evitou o gabinete do senador paranaense durante visita ao Senado, nesta terça.
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