A análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra bolsonaristas pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) é encarada por diferentes pontos de vista pelos envolvidos no julgamento. Antes de realizar a sua sustentação oral, o advogado de um dos denunciados afirmou de maneira reservada à Coluna do Estadão que o clima no colegiado está um “inferno” e que, apesar dos esforços das defesas, não há chance de os ministros rejeitarem as denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por uma suposta tentativa de golpe.
O advogado falou com a Coluna do Estadão no “cafezinho” montado pelo STF na antessala da Primeira Turma. O “clima infernal” apontado pelo defensor está relacionado à postura dos ministros.

Ciente de que não conseguirá mudar o destino do seu cliente nesta sessão, o advogado relata que a estratégia de defesa na ação penal será apontar inconsistências e contradições na condução do processo, além de arrolar diversas testemunhas para contrapor as acusações da PGR.
A sessão da Primeira Turma do STF está lotada e tem vários seguranças espalhados pelo auditório. Um dos presentes é o ex-presidente Jair Bolsonaro, que acompanha o julgamento da primeira fileira, ao lado de advogados.
O colegiado começou nesta terça-feira, 25, a julgar o “núcleo 1″ da trama golpista identificada pela Polícia Federal (PF) e denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os ministros vão definir se tornam réus Bolsonaro e outros sete denunciados que são ex-ministros de Estado, deputado federal e militares de altas patentes. Fazem parte da turma os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.