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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Bastidores: Jantar de Brito para Santas Casas deixa Lira lado a lado com Pacheco e Nísia

Presidentes da Câmara e do Senado, que protagonizaram uma série de atritos nos últimos anos, chegaram a cochichar e sorrir um para o outro

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BRASÍLIA - Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sentaram lado a lado na noite desta terça-feira, 13, em um jantar das Santas Casas que virou uma espécie de trunfo do deputado Antonio Brito (PSD-BA) para sua candidatura à sucessão de Lira.

Lira e Pacheco, que protagonizaram uma série de atritos nos últimos anos, chegaram a cochichar e sorrir um para o outro. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, que já foi alvo de reclamações de Lira relacionadas a emendas e teve o cargo cobiçado pelo Centrão, também ficou na mesma mesa que o presidente da Câmara durante o jantar, em Brasília, mas sentou duas cadeiras depois de Lira. Ambos se cumprimentaram e participaram de um brinde conjunto, mas ficaram sem conversar. O deputado alagoano foi homenageado no local.

Lira e Pacheco na mesma mesa em jantar para Santas Casas promovido por Antonio Brito Foto: Victor Ohana

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Em seu discurso, Lira citou Brito e saudou Pacheco e Nísia, além dos representantes das Santas Casas. O presidente da Câmara também defendeu o papel do Congresso na destinação de emendas parlamentares, em meio ao impasse com o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre transparência das emendas Pix e de comissão.

No ano passado, Lira e Pacheco deixaram de se falar após divergências sobre o rito de tramitação de Medidas Provisórias (MP). Já em relação a Nísia, Lira chegou a fazer um questionamento formal sobre mudanças nas regras para a distruibuição de emendas da Saúde, ministério que o Centrão tenta ocupar desde o começo do governo Lula.

Na mesma mesa de Lira, Pacheco e Nísia no jantar desta terça-feira, sentaram o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento, além de Brito. O atual presidente da CMO, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), e o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, senador Angelo Coronel (PSD-BA), também estiveram presentes.

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O jantar foi parte de encontro anual da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), que defendeu a aprovação de um projeto de lei, de autoria de Brito, que cria contas correntes específicas para a transferência de emendas parlamentares para Santas Casas e hospitais universitários.

Aliados de Brito dizem que o fortalecimento da candidatura dele à presidência da Câmara por meio do prestígio junto às Santas Casas é importante porque foi com essa bandeira que o líder do PSD se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo partido, o PL, tem a maior bancada da Câmara.

Visto como o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua proximidade com o Palácio do Planalto, Brito tem se aproximado de bolsonaristas para garantir votos. Depois de conversar com Bolsonaro sobre as Santas Casas, o deputado recebeu a medalha dos “três Is” (imbrochável, imorrível e incomível) conferida pelo ex-presidente a aliados.

O tema é sensível para Bolsonaro, porque foi na Santa Casa de Juiz de Fora (MG) que ele foi internado inicialmente após sofrer a facada na campanha eleitoral de 2022.

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