A senadora Tereza Cristina (PP-MS) atendeu a um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022 ao escolher como suplente Aparecido Portela, militar da reserva indiciado pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira, 11. Segundo aliados, em conversas reservadas a senadora mostrou incômodo com o indiciamento do suplente, com quem tem uma relação distante. Procurada, Tereza Cristina não comentou.
Aliados da ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro disseram ainda que o suplente nunca esteve no gabinete da senadora, e que, por causa da falta de proximidade, Tereza Cristina não tem elementos para avaliar a conduta de Portela.
Segundo a PF, Portela atuou como um intermediário entre Bolsonaro e financiadores de atos antidemocráticos em Mato Grosso do Sul. Ainda de acordo com a PF, Portela trocou mensagens com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente que fechou um acordo de delação premiada com a corporação. Ao todo, a PF indiciou 40 pessoas, incluindo Bolsonaro.
Durante o governo Bolsonaro, Portela ocupou um cargo de confiança no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de 2019 a 2022. Portela ganhou um posto na superintendência do Incra no Mato Grosso do Sul. Atualmente, recebe um salário de R$ 15,5 mil na reserva do Exército.
Procurado, Jair Bolsonaro não respondeu. O espaço segue aberto. Em comunicado nas redes sociais no mês passado sobre as investigações da PF, Aparecido Portela afirmou: “Possuo uma vida pautada na integridade e honestidade, e não coaduno com quaisquer práticas ilícitas e antidemocráticas”.
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