O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colocou o pé no acelerador nos aportes ao agronegócio, uma das locomotivas da economia brasileira, mas que ainda resiste a abraçar o governo Lula. O setor é uma das vozes mais fortes contra a reforma tributária, negociada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sob os protestos do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Presidido pelo petista Aloizio Mercadante, ex-ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, o BNDES destinou R$ 11,5 bilhões em linhas de crédito voltadas ao agronegócio somente no primeiro semestre de 2023. Outros R$ 38,5 bilhões estão reservados até dezembro, o que totaliza R$ 50 bilhões para o setor somente neste ano - mais do que o dobro financiado em 2022, de acordo com dados da instituição.
Os números vêm uma semana após o governo federal lançar um Plano Safra recorde, de R$ 364,22 bilhões, para financiar a atividade agrícola no País com juros subsidiados.
Apesar da proximidade do agronegócio com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula minimiza a resistência que enfrenta no setor e costuma dizer que nunca teve problemas. Em live nas redes sociais, o presidente afirmou que a diferença entre ele e o segmento é ideológica.
“Governei oito anos esse país. Eles sabem tudo o que fizemos nesse país, eles sabem da responsabilidade com o salto de qualidade que tivemos no agronegócio por causa do financiamento que nós fazíamos. Eles sabem que, do ponto de vista econômico, eles não têm problema conosco”, declarou o petista.
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