Não é só Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que está incomodado com a ofensiva de bolsonaristas nas redes sociais. Senadores que se apresentam como independentes tiveram seus números de celular expostos e passaram a receber nos últimos dias uma enxurrada de mensagens os pressionando a votar contra Pacheco. Alguns chegam a implorar que o parlamentar não vote no atual presidente do Senado.
“As mensagens variam, mas a maioria é na linha do ataque ofensivo ao Pacheco e da ameaça direta ou velada ao parlamentar”, disse o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE).
Um dos senadores mais cobrados tem sido Romário (PL-RJ), que é do partido de Jair Bolsonaro, mas faz parte da Mesa Diretora e já sinalizou nos bastidores que deve votar em Pacheco. O senador disse não dar importância aos ataques e que o voto é secreto. Sobre a pressão de bolsonaritas para que os parlamentares abram seus posicionamentos, respondeu: “Parabéns a eles. Eu sou romarista”.
A avaliação é que a abordagem pode surtir efeito contrário e espantar potenciais eleitores de Rogério Marinho (PL-RN) na Casa, considerando o desconforto de alguns senadores.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ), ex-líder do governo Bolsonaro, chegou a ir às redes sociais pedir que o movimento ocorra “civilizadamente”. “Cobre o seu senador com respeito”, escreveu.
Nas redes sociais, há montagens circulando de Pacheco com a imagem de uma forca e a frase “Judas, o traidor”. Também há divulgação de notícias falsas, como a de que Pacheco faria parte de escritório responsável por defender empresas envolvidas na tragédia de Brumadinho.
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