O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surpreendeu a todos, incluindo seus aliados, ao aparecer nesta terça-feira, 25, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar a análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Na primeira fileira do plenário, Bolsonaro esboçou diversas reações durante as mais de cinco horas de sessão.
Bolsonaro começou o dia demonstrando seriedade e tensão. O ex-presidente encarou com firmeza o ministro Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante as leituras do relatório e da peça de acusação. Ele foi o único denunciado a comparecer ao STF nesta terça-feira. Não é comum que os acusados participem das sessões de julgamento, pois não podem se manifestar.

No decorrer da manhã, Bolsonaro manteve o semblante sério e prestou atenção em todas as etapas do julgamento. Houve momentos em que ele comentou fatos ocorridos na sessão com os seus advogados Celso Vilardi e Paulo de Cunha Bueno, que se sentaram ao seu lado. Logo no início do julgamento, o ex-presidente usou as redes sociais para compartilhar um comentário irônico em relação a Moraes.
“Brasil e Argentina em campo hoje às 21h no Monumental de Núñez. Vamos torcer pelos nossos garotos voltarem com a vitória. Já no meu caso, o juiz apita contra antes mesmo do jogo começar… e ainda é o VAR, o bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário; tudo numa pessoa só”, publicou Bolsonaro no X.
O ex-presidente se mostrou descontraído em conversas com aliados antes do início da segunda sessão na tarde desta terça-feira e chegou a dar risadas. Mas a leveza logo deu lugar à feição sisuda quando soou a campainha que orienta o início do julgamento.
Se durante a manhã a postura do ex-presidente era compenetrada, na volta do almoço passou a ser de sonolência. Bolsonaro bocejou diversas vezes durante a análise das questões preliminares e levou a mão ao rosto em vários momentos, demonstrando cansaço. Ainda assim, o ex-chefe do Executivo federal manteve o olhar firme em direção ao ministro Alexandre de Moraes enquanto o magistrado lia os aspectos questionados pelos advogados.