O ex-presidente Jair Bolsonaro faz uma nova ofensiva contra a reforma tributária, que será votada nesta quarta-feira, 8, no Senado. Ele organizou um jantar na noite dessa terça com senadores do PL na sede do partido, em Brasília, para fechar questão para voto contrário à proposta. O movimento acontece para conter a adesão de aliados ao relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que acolheu diversas emendas para construir um texto com maiores chances de aprovação.
Mais cedo, Bolsonaro foi às redes e tentou transformar a matéria num tema de governo contra oposição, a despeito de parte dos críticos ao governo Lula no Congresso tratar reforma como uma política de Estado, construída em várias mãos.
“Alguns senadores, que se elegeram ou reelegeram, dizem que tiveram algumas de suas emendas acolhidas, e votarão com os comunistas, pois alegam que seu estado não será afetado ou será menos prejudicado”, escreveu Bolsonaro no X, antigo Twitter. “De concreto teremos o IVA mais caro do mundo. O Brasil não pode ter um ou outro estado bem e os demais prejudicados. De nada vale um estado produzir se os demais não puderem comprar. A economia não irá girar. Todos perderão”, completa em outro trecho.
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A expectativa dos governistas é de que a votação em plenário conte com o apoio expressivo de parlamentares de partidos que não estão na base do governo Lula. Na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), o texto foi aprovado nessa terça, 7, por 20x6.
Vale lembrar que Bolsonaro tentou fazer movimento semelhante em junho deste ano, quando a reforma tributária esteve para ser votada na Câmara. Foi convocado um grande evento na sede do PL em Brasília, na qual o ex-presidente discursou contra a proposta, a despeito do apelo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seu ex-ministro. Apesar disso, 20% dos parlamentares da sigla votaram a favor da matéria, gerando desgaste interno na sigla. No Senado, o PL tem 12 assentos.
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