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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Bolsonaro sepulta chance de apoiar Marcos Pereira à presidência da Câmara; entenda

Presidente do Republicanos posicionou-se a favor da regulamentação das redes, atitude considerada a ‘gota d’água’ para o ex-presidente vetar qualquer chance de aliança para a sucessão de Arthur Lira

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Foto do author Augusto Tenório

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a aliados que é “zero” a chance de ele apoiar o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), na corrida pela presidência da Câmara. De acordo com interlocutores próximos ao ex-presidente, o pré-candidato ao comando da Casa sepultou qualquer possibilidade de aliança com o bolsonarismo, após declarar, durante evento do Lide em Nova York, apoio ao projeto de regulamentação das redes sociais, rejeitada pela direita.

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Parlamentares do PL já haviam declarado publicamente a insatisfação com Marcos Pereira, mas aguardavam sinalização de Bolsonaro sobre como o tema poderia repercutir na sucessão de Arthur Lira (PP-AL). A eleição interna da Câmara está marcada para fevereiro de 2025. A colegas próximos, o deputado minimizou a crise com o bolsonarismo.

O rompimento com Pereira reforça no PL a vontade de lançar um candidato próprio. O mais cotado é o líder da legenda na Casa, Altineu Côrtes (RJ), mas o partido já abriu negociações para apoiar outro nome num eventual segundo turno.

Após a repercussão de sua fala em Nova York, Marcos Pereira divulgou um vídeo para explicá-la. Ressaltou que não faria “nada para censurar a voz dos brasileiros”, ou que apoiaria a “censura”, mas defendeu a discussão sobre como combater as fake news.

O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL). Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Em fevereiro deste ano, Bolsonaro vetara Marcos Pereira por outras insatisfações. O ex-presidente chegou a desabafar com aliados que o deputado não ajudou seu governo e, posteriormente, aproximou o Republicanos do governo Lula. O partido ganhou o ministério de Portos e Aeroportos no ano passado, com a indicação de Silvio Costa Filho. Outro ponto que desgastou a relação entre Bolsonaro e Marcos Pereira foi a inclusão de críticas a Israel em uma moção de repúdio ao Hamas, que foi aprovada pela Câmara em sessão presidida pelo parlamentar.

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Um jantar em março deste ano selou uma reaproximação entre os dois, agora desfeita. Desta vez, aliados do ex-presidente não veem chances de uma nova reconciliação, principalmente depois de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, avisar que trocará o Republicanos pelo PL, como revelou o Estadão. Tarcísio era visto como uma ponte entre os dois.

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