Não há dúvidas na política de que o grande derrotado com a votação da reforma tributária foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). Inelegível e sem militância, ele terminou a semana como um personagem daquelas chamadas sensacionalistas: “Perdeu tudo! O drama de Bolsonaro”.
No partido, o ex-presidente já é tratado como um ‘pato manco’. Embora tenha um lugar de honra, não tem força alguma e para muitos já representa um incômodo.
O erro que arrematou seu enfraquecimento político foi tentar se agarrar ao discurso vazio de ser oposição por oposição. Na contramão do que defendia o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que era a favor de liberar a bancada na votação da reforma tributária, Bolsonaro insistiu para a sigla fechar questão contra a proposta negociada pelo ministro Fernando Haddad na Câmara. Mas não conseguiu. Vinte deputados votaram a favor e a matéria foi aprovada com expressivos 382 votos a favor e 118 contra.
Como destacou a Coluna, Bolsonaro tentou transformar o debate sobre a reforma tributária numa briga de oposição e governo, de bolsonaristas x lulistas. Não se deu conta de que o tema era muito maior que as intrigas da política eleitoral e ignorou que o interesse dos Estados e dos setores pesavam mais para o rumo da economia do País.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.