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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Brasil é único país a esvaziar agência de inteligência antes do G20 e COP, diz associação

Servidores fazem ofensiva contra mudança na corregedoria da Abin, reclamam da negociação salarial com o governo e apontam riscos

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Insatisfeitos com o tratamento dispensado pelo governo Lula à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e com a imagem abalada diante do escândalo da chamada Abin Paralela suposto esquema de monitoramento de opositores adotado na gestão Jair Bolsonaro servidores iniciaram uma ofensiva nacional para reclamar do esvaziamento do órgão. “Brasil: único País que se prepara para o G20, COP 30 e Brics desmontando sua agência de inteligência”, dizem as faixas espalhadas em capitais como Brasília e Belo Horizonte.

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O movimento é realizado pela União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), no mesmo momento em que os servidores fazem uma operação padrão por discordarem da negociação salarial proposta pelo governo para a categoria, e também reclamam da mudança na corregedoria da agência.

Como mostrou o Estadão, o delegado da Polícia Federal José Fernando Moraes Chuy foi indicado para assumir o posto de corregedor-geral da Abin, em substituição a Lidiane Souza dos Santos, que permanece no cargo até 31 de agosto deste ano. Chuy é próximo de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Intelis considera “preocupante, injustificada e um desprestígio dos servidores orgânicos da Abin” a indicação de um corregedor de fora dos quadros da agência. “Devemos lembrar que a atual investigação sobre o uso indevido do software First Mile pela estrutura que parasitou a Abin foi iniciada pela própria corregedoria interna”, diz nota da instituição. O texto ainda diz que preocupam “as consequências de uma indicação como essa em uma instituição republicana”.

Juntando-se a todo esse desconforto o baixo orçamento da Abin neste ano, o cenário é preocupante, segundo agentes que conversaram com a Coluna do Estadão, principalmente por ser um momento que o País se prepara para eventos internacionais que contarão com a participação de chefes de grandes nações, ambiente propício para a investida de espiões.

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Em abril deste ano, por exemplo, a Abin identificou como espião um dos integrantes do serviço de inteligência da Rússia. O caso foi revelado pela Folha de São Paulo. Serguei Alexandrovitch Chumilov deixou o Brasil. Abin e embaixada da Rússia não comentaram o caso à época.

Ofensiva da Intelis contra "esvaziamento" da Abin Foto: Montagem/divulgação Intelis
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