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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Brasil lidera entre 31 países onde população relata presença do tráfico de drogas na vizinhança

Estudo obtido pela Coluna do Estadão verifica a percepção da população sobre crimes e aplicação da lei

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Foto do author Roseann Kennedy

Não é a toa que o tema segurança pública pauta os debates políticos no País. Seis em cada dez brasileiros (61%) relatam ter visto ou ouvido falar sobre crimes ligados ao tráfico de drogas em suas vizinhanças, de acordo com o estudo Global Advisor Crime, feita pela Ipsos em 31 países, e obtido com exclusividade pela Coluna do Estadão. O índice está 24 pontos acima da média identificada no levantamento e põe o Brasil na liderança. Na sequência estão Chile (60%) e Colômbia (54%). Na outra ponta da lista, Israel (15%), Polônia e Nova Zelândia (ambas com 22%).

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O estudo, que verifica a percepção da população sobre crimes e aplicação da lei, pode servir de base para gestores enxergarem os desafios sociais à frente. A classificação mostra uma piora em relação aos dados de 2023, quando o Brasil aparecia em terceiro lugar, atrás apenas de Tailândia e Chile. Pelo levantamento atual, a maioria dos cidadãos diz que a pobreza e o desemprego são as maiores causas para a criminalidade no Brasil. Educação vem em seguida.

”Mesmo que as pessoas não sejam especialistas nesses assuntos, elas sabem dimensionar os fatores que mais impactam para algumas questões nas vidas delas”, observa Priscilla Branco, gerente de reputação corporativa e opinião pública da Ipsos no Brasil.

A pesquisa ouviu 23.800 pessoas em 31 países, sendo aproximadamente mil no Brasil, de 22 de março a 5 de abril. Aqui a margem de erro é de 3,5 p.p..

Pesquisa mostra percepções geracionais sobre a violência

O levantamento também mostra a percepção sobre a ineficácia na aplicação da lei e ambiente político corrupto como preocupações comuns, revelando variações notáveis entre as faixas etárias. Globalmente, pobreza e o desemprego são vistos como os principais fatores por todas as gerações, com 55% dos Millennials e da Geração Z os destacando como os principais culpados.

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Os Boomers, no entanto, também apontam o abuso de drogas e álcool (47%) e a quebra de valores tradicionais (43%) como causas predominantes. Já a Geração Z enfatiza a educação precária (38%) como um motor de crime, mais do que qualquer outra geração.

Usuários de crack se agrupam embaixo do Minhocão, em São Paulo (SP).  Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO