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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

Cadeirada tirou Bolsonaro do muro, mas ‘camisa 10′ segue no banco da campanha de Nunes, diz aliado

Distanciamento do prefeito para Pablo Marçal em pesquisas de intenção de voto reforça estratégia de manter ex-presidente em segundo plano nas agendas do emedebista

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Foto do author Pedro Lima

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguirá em segundo plano na campanha de Ricardo Nunes (MDB) à reeleição na Prefeitura de São Paulo. Um interlocutor do atual prefeito disse à Coluna do Estadão que, no momento, não há necessidade que “o camisa 10 da seleção” entre em campo. Depois do episódio da cadeirada no debate da TV Cultura, Nunes tem se estabelecido na liderança das últimas pesquisas de intenção de voto - e também vem ampliando a distância para o adversário Pablo Marçal (PRTB).

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A avaliação é que o episódio e o consequente resultado dos levantamentos também tiraram Bolsonaro do muro. Ou seja, se em algum momento flertou com a campanha do ex-coach, agora não há movimento pendular nesse sentido. Entretanto, ele continuará no banco dos apoiadores de Nunes, pois, limitar a participação do líder bolsonarista é, agora, a estratégia do grupo do emedebista.

O instituto Datafolha mostrou nesta quinta, 19, que Nunes manteve sua vantagem de oito pontos porcentuais ante o empresário no cenário estimulado de 1º turno. A Coluna também apurou que outro ponto importante para evitar a aparição do ex-mandatário na campanha do prefeito tem como base o levantamento da Quaest, divulgado na quarta, 18. O ex-coach recuou oito pontos porcentuais entre eleitores que votaram em Bolsonaro em 2022 no período de uma semana.

Na pesquisa divulgada na semana anterior, o candidato do PRTB tinha 50% de intenção de voto dentro desse grupo, caindo para 42% nesta semana. Nunes segue atrás, mas passou de 32% para 35% em sete dias. A avaliação interna do partido é que essa movimentação é “muito positiva” para o emedebista.

Apesar de manter Bolsonaro no banco de reserva, caso haja alguma emergência que a campanha considere necessário acioná-lo, Nunes tem feito discursos mais alinhados à direita. Numa das declarações recentes, por exemplo, defendeu o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se for provado que o magistrado cometeu abusos.

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Bolsonaro também não teria gostado de o influenciador ter comparado episódio da cadeirada que recebeu de Datena (PSDB) durante o debate organizado pela TV Cultura com a facada que levou durante ato de sua primeira campanha presidencial em 2018.

Ricardo Nunes e Bolsonaro em evento do PL no dia 6/5/2023 Foto: Fernando Antunes e Wesley Viana/PL/Divulgação

O Datafolha realizou 1.204 entrevistas presenciais em São Paulo (SP) com eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 16 e 19 de setembro. O índice de confiança é de 95% e o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o SP-03842/2024. A margem de erro para este levantamento é de 3 p.p. para mais ou para menos.

A pesquisa Quaest entrevistou 1.200 eleitores de 16 anos ou mais em São Paulo (SP) entre os dias 15 e 17 de setembro. O nível de confiança é de 95% e o levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o código SP-00281/2024.

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